Especialista chamado pela defesa de Conrad Murray diz que médico não seguiu protocolo

O médico Paul White, especialista em Propofol convocado pelos advogados de Conrad Murray para depor no caso, disse que o médico não seguiu os padrões de cuidados médicos ao monitorar Michael Jackson. Murray é acusado de homicídio culposo (sem intenção de matar).

No depoimento desta segunda-feira (31), White foi questionado diversas vezes pelo promotor David Walgren se Murray quebrou as regras de como se trata um paciente quando cuidou de Jackson. A testemunha apontou que o tipo de monitor de pulsação utilizado era inadequado para o caso e que o médico não deveria ter saído do quarto enquanto estava monitorando o cantor --ainda mais sendo Michael um paciente que havia manifestado o desejo de injetar Propofol em sim mesmo, como havia dito o médico.

Em seu depoimento, que começou na semana passada, o Dr. White diz acreditar que Michael tenha injetado Propofol por conta própria quando Murray saiu de seu quarto. Walgren, então, perguntou se ele já havia dado Propofol a alguém que estivesse na cama e a testemunha disse que não, e que sequer tinha ouvido algum caso parecido com o de Jackson.

White disse também que o tratamento de Michael era "diferente dos tratamentos em que o Propofol geralmente é usado --como anestésico em procedimentos hospitalares". "Esse era um caso diferente, porque o médico estava tentando fazer com que o paciente atingisse um estado de sonolência", explica.

O testemunho de White, que cobrou US$ 11 mil para depôr, o coloca em conflito com seu colega de longa data, Dr. Steven Shafer, uma das testemunhas de acusação. Shafer diz que a teoria de White --de que Michael teria tomado o remédio sozinho-- não está baseada em evidências e é "louca".

Os dois médicos foram colegas na Universidade de Stanford e participaram de um estudo sobre Propofol antes dele ser aprovado nos Estados Unidos, em 1989. Eles também trabalharam juntos no jornal de Anestesiologia. Shafer diz que Murray cometeu 17 violações de padrão de cuidado de paciente e que nunca deveria ter dado Propofol como ajuda para dormir. "Isso é a 'Neverland' da farmacologia, algo que só foi feito com Michael Jackson e mais ninguém na história, no meu conhecimento", disse o médico.

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