José Mayer diz que tem "cacife" para fazer papel de garanhão

Do UOL, em São Paulo

Com quase 40 anos de carreira, 24 deles na TV, o ator José Mayer, 58, ganhou uma fama que nunca saiu de moda: a de garanhão. Isso porque, quase sempre, seus personagens são homens sedutores, machões e que se envolvem com várias mulheres ao mesmo tempo. "Eu tenho cacife para isso", disse o ator ao UOL.

A lista de atrizes com que José Mayer viveu algum romance na TV não é fraca: Danielle Winits, Deborah Secco, Malu Mader, Mel Lisboa, Natália do Valle, Camila Pitanga, Lavínia Vlasak e por aí vai.

Na vida real a história é outra. José Mayer é casado há 35 anos com a atriz Vera Fajard (apesar de eles nunca terem oficializado a união), que pelo jeito não sente ciúmes do marido. "Ela gosta quando percebe que o público tem afeição por mim", diz o ator. O casal tem uma filha, Júlia, com 23 anos.

O UOL Celebridades pegou carona na passagem do ator pelo Bate-papo UOL com Convidados para saber como ele convive com essa fama de garanhão e o quanto isso afeta o seu dia-a-dia.

UOL: Com quase quarenta anos de carreira, quem você acha que são seus fãs hoje?
José Mayer: O ano que vem eu completo 40 anos, hoje eu estou com 39 anos de carreira. O ano de 1983 foi a minha entrada na televisão, faça as contas. As pessoas me vêem na televisão há 24 anos. [Os meus fãs têm] uma variedade etária bastante grande, eu te asseguro.

UOL: Você é considerado um dos maiores galãs nacionais. O que você costuma ouvir da "mulherada" quando você sai às ruas?
Mayer: [risos] Uma coisa em que eu não acredito muito: "Ah, ele é lindo, ele é lindo". Acho tão engraçado dizerem isso de mim. Eu sempre retruco: "Vocês são umas mentirosas". Mas eu compreendo, porque o conceito de beleza na mulher é diferente do o que está na cabeça dos homens. A mulher tem uma percepção muito mais subjetiva do que pode ser belo, e isso me lisonjeia muito. Quando olham para a minha cara e dizem "você é lindo", eu agradeço, compreendo e eu acho que isso é um elogio para as próprias mulheres. Elas sabem ver beleza onde a gente não percebe à primeira vista.

UOL: E a sua mulher sente ciúmes?
Mayer: Não... não mais. Conheci minha mulher no bastidor de uma peça de teatro, e nós começamos a namorar no teatro. Ela viu isso acontecer ponto a ponto, degrau a degrau, ela acompanhou todo esse processo... Ela compreende isso com o coração aberto, ela também é atriz. Não há nenhum problema. Ela gosta quando percebe que o público tem afeição por mim.

UOL: Por que você acha que os autores de novela te chamam tanto para fazer papel de galã e de "comedor"?
Mayer: [risos] Eu tenho cacife para isso!

UOL: E o que você acha das sátiras do "Casseta & Planeta"?
Mayer: Adoooro! São as minhas melhores interpretações, as melhores performances. Eu adoro o que o Hubert descobriu a meu respeito. Adoro aquele "pfrfrfrfrfrfr" [ele bufa imitando um cavalo]. Em "Laços de Família", eu era aquele vaqueiro Pedro, machão e sempre envolvido com cavalos. E sempre namorando uma mulher que tinha um cavalo por perto fazendo "pfrfrfrfrfrfr". E ele incorporou isso. É muito animal, né? Maravilhoso!

UOL: De alguma forma a fama de galã mexeu com sua personalidade, como a vaidade, por exemplo?
Mayer: Não. Eu ouso te dizer que talvez, se percebem alguma beleza em mim, algum charme, talvez seja pelo fato de eu tentar me aceitar como sou. Não tento ser o que não sou. E as pessoas quando são realmente o que são ganham charme. A coisa mais charmosa na pessoa é sua personalidade, é o que ela tem de peculiar, de característico e próprio. E é nisso que eu confio.

UOL: Dê um exemplo de mulher bonita?
Mayer: [pensa bastante] Posso usar um clichê? Uma mulher bonita com quem trabalhei... Vou te falar de Marília Pêra. Adoro Marília, grande profissional, amiga, admirável criatura, amorosa, é uma mulher bonita. Marília Pêra e seu grande talento, sua enorme dedicação ao ofício.

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