"Minha filha diz que estou igual ao Ronaldinho", conta Márcia Cabrita

FÁBIA OLIVEIRA

Do UOL, no Rio

  • Divulgação

    Márcia Cabrita (ao centro) forma com Luís Salém e Aloísio de Abreu o trio de "Subversões 21" (janeiro/2011)

    Márcia Cabrita (ao centro) forma com Luís Salém e Aloísio de Abreu o trio de "Subversões 21" (janeiro/2011)

O ano de 2010 foi de batalha para Márcia Cabrita. A atriz lutou contra um câncer no ovário e, dois meses depois da última sessão de quimioterapia -feita em novembro-, a atriz se prepara para estrear, no próximo dia 18, a peça "Subversões 21" no Teatro dos Quatro, na zona sul do Rio de Janeiro. Em cena, Márcia usa diversas perucas. Mas em determinado momento, deixa o adereço de lado. "Já tenho um pouquinho de cabelo. Minha filha diz [Manuela, 10 anos] que estou igual ao Ronaldinho", brinca Márcia, referindo-se ao jogador do Corinthians, Ronaldo.

Na peça, Márcia canta ao lado de Luís Salém e Aloísio de Abreu. O trio é amigo de longa data, já que os três praticamente estrearam juntos no espetáculo, há 21 anos. "Esta é uma volta afetiva. A gente ficou conhecido através desse show", lembra a atriz. No repertório estão clássicos como "Meu Nome é Creuza" (versão para "O Amor e o Poder", hit de Rosanah), mas também traz novidades, como "Gargalhada Já", uma versão de "Bad Romance", de Lady Gaga. "Não sou cantora. Eu enrolo!", diverte-se.

A estreia ainda deixa Márcia com um friozinho na barriga. "Todo ator tem medo da estreia. Até os que dizem que não. Eu fico com medo de esquecer o texto ou de as pessoas não rirem. Mas eu sou medrosa mesmo", assume. O receio de que alguma coisa dê errado em cena nem se compara ao que sentiu quando seu câncer foi diagnosticado. "Tinha pavor de morrer e deixar minha filha sozinha", lembra.  

Durante a época em que ficou em tratamento, Márcia afirma ter observado que alguns amigos pararam de ligar. "Teve gente que participou ativamente de todo o processo. Mas também tiveram amigos que se afastaram. Quero deixar claro que isso não é uma mágoa. A pessoa é bacana, mas não suporta conviver com a doença. Eu entendo", justifica.

Márcia fez quimioterapia intraperitonial, com injeções que vão direto para o ovário. "O nível de toxidade é altíssimo e tem mulher que não aguenta a dor. Hoje ainda não estou cem por cento porque estou com um pouquinho de anemia. Mas estou curada do câncer. Esse, já foi!", brinca.  

Além de "Subversões 21", Márcia também estrela "Tango, Bolero e Cha Cha Cha", no Teatro Clara Nunes, no Rio de Janeiro. "Faço 'Subversões 21' às terças e quintas e 'Tango' de quinta a domingo", explica.  

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