Conrad Murray pediu que equipamento de ressuscitação cardíaca fosse incluído no contrato de Michael Jackson

Da Redação

Uma advogada que representou a AEG Live, produtora dos shows da turnê de Michael Jackson em Londres, e que foi responsável por elaborar o texto do contrato de serviços do Dr. Conrad Murray afirmou em depoimento nesta quarta-feira (28) que o médico particular do cantor solicitou que fosse providenciado um aparelho portátil de ressuscitação cardiorrespiratória para a turnê.

Segundo Kathy Jorrie, Murray afirmou que o equipamento seria necessário porque ele "não queria arriscar". "Por conta da idade dele [Michael] e das performances extraordinariamente extenuantes no palco, ele queria ter certeza de ter um equipamento de ressuscitação por perto", disse a advogada da AEG. Jorrie disse em seu depoimento, no entanto, que Murray insistiu em dizer que a saúde de Michael estava boa.

Questionada pelo advogado da defesa J. Michael Flanagan, a testemunha afirmou que Murray solicitou o equipamento pela primeira vez em 18 de junho, data em que foi redigida a primeira versão do contrato. O texto do documento, segundo a defesa, afirma que o equipamento seria necessário para todo o período em que Murray prestasse serviços médicos a Michael, sem especificar o início de shows em Londres.

Uma cópia final do contrato, concluída em 24 de junho, véspera da morte do cantor, foi exibida durante o julgamento. O documento tem a assinatura de Conrad Murray, mas não a do cantor. Para a advogada da AEG Live, o contrato só teria validade legal após a assinatura de Michael.

"Creme"

Michael Williams, assistente pessoal de Michael Jackson, contou durante testemunho nesta quarta (28) que, após o pronunciamento da morte do cantor, Conrad Murray lhe disse algo que ele achou estranho. No hospital UCLA, o médico pediu ao assistente que o levasse para a casa do cantor, pois queria pegar um creme que "Michael não queria que ninguém visse".

O assistente despistou o médico e orientou o motorista do cantor, Faheed Mohammad, a dizer que não estavam com a chave do carro. Tempos depois, o médico disse que estava com fome e pediu que lhe dessem uma carona para ir comer, mas Williams o ignorou.

Williams também mostrou a mensagem que Murray enviou a ele no dia da morte do cantor. Às 12h13 do dia 25 de junho de 2009, Murray, aparentemente em pânico, deixou uma mensagem pedindo ao assistente que "ligasse imediatamente" para ele. Confira a reprodução da gravação divulgada pelo site TMZ:

video platformvideo managementvideo solutionsvideo player

Julgamento

Previsto para durar cinco semanas, o julgamento do médico Conrad Murray, acusado pela morte de Michael Jackson, está em seu segundo dia. Nesta terça, acusação e defesa apresentaram seus argumentos. Para os primeiros, o cantor morreu por negligência, falta de preparo e conduta médica inapropriada durante o tempo em que Murray cuidou do cantor.

Já a defesa, sustenta que o cantor tomou, por conta própria e sem o conhecimento do médico, 8,2 mg de Lorazepam, além do Propofol, e acabou provocando a própria morte.

No primeiro dia de julgamento, também foram ouvidos como testemunhas o diretor e coreógrafo Kenny Ortega e o produtor Paul Gongaware.

 

UOL Cursos Online

Todos os cursos