Médica que atendeu Michael Jackson no hospital diz que Conrad Murray não falou de Propofol
Da Redação
A médica Richelle Cooper, que atendeu Michael Jackson no Hospital UCLA no dia de sua morte, diz que o Dr. Conrad Murray não lhe contou que o cantor tomava Propofol. Ao perguntar o que aconteceu com o cantor, Murray lhe disse que acreditava que ele estava desidratado porque vinha ensaiando muito e, por conta disso, lhe deu 4 mg de Lorazepam para que ele pudesse dormir.
Murray disse à Dra. que Michael não estava doente nem nunca havia tido problemas de saúde e que tomava apenas Flomax e Valium. Richelle conta que Michael entrou no hospital sem sinais vitais, da forma como havia sido descrito pelos paramédicos. A médica, então, examinou o coração dele por meio de ultrassom. O testemunho foi interrompido e deve continuar na próxima semana.
Além da médica, foram ouvidos o paramédico Richard Senneff; o diretor da empresa Nonin Medical Robert William Johnson; Robert Russell, paciente de Conrad Murray; e o paramédico Martin Blount.
Michael Jackson morreu em 25 de junho de 2009 de uma intoxicação de remédios, principalmente de Propofol. A promotoria acusa o médico do cantor de homicídio involuntário. A defesa de Murray, no entanto, diz que Jackson tomou remédios por conta própria enquanto o Murray estava fora do quarto. Um júri com 12 integrantes irá decidir se médico é inocente ou culpado da acusação de homicídio involuntário. O julgamento, que foi iniciado nesta terça-feira (27), deve durar cinco semanas.
Lidocaína
Blount disse ao tribunal que, no dia da morte, viu algo que lhe chamou a atenção - três frascos de Lidocaína estavam caídos no chão, um pouco distantes da cama. Ele explicou que o medicamento é usado em problemas cardíacos. Ele contou, ainda, que o médico não mencionou se deu esse remédio ao cantor e recolheu os frascos.
O paramédico também estranhou a observação de Murray de que Michael teria tido parada cardíaca um minuto antes da ambulância chegar. Para ele, isso não faz sentido porque, se fosse assim, seria possível reanimar Michael.
Sem sinais vitais
O paramédico Richard Senneff disse que encontrou Michael Jackson frio, com os olhos abertos e secos e sem batimentos cardíacos - ou seja, sem sinais vitais. Numa primeira avaliação, segundo Senneff, parecia que Michael teria grandes chances de ser salvo se o serviço de emergência tivesse sido chamado antes.
Ao ser perguntado se o médico havia dado alguma medicação ao cantor, Murray contou que lhe deu um pouco de Lorazepam e disse que estava tratando de desidratação e cansaço. Michael então foi entubado e um monitor de batimentos cardíacos foi ligado a ele. Mesmo recebendo massagem cardíaca e medicação, Senneff conta que os sinais de Michael não voltaram em nenhum momento.
O paramédico ligou então para o Hospital UCLA, que disse a ele que poderia decretar a hora da morte às 12h57. Ele, no entanto, quis continuar tentando reanimar Michael. O cantor, então, foi levado ao hospital.
Acordou no meio da cirurgia
Paciente do Dr. Conrad Murray, Robert Russell disse que acordou no meio de uma cirurgia feita pelo médico. Ele contou que foi anestesiado para a a colocação de "stents", e acordou na mesa de cirurgia. Quando Murray se deu conta, diz, ele lhe perguntou, em tom de brincadeira, se ele queria ver seu coração; o paciente não quis ver e o procedimento foi concluído.
Russel teve que fazer o procedimento novamente e passou por um longo tratamento; no final dele, quando deveria ser examinado, o médico não o atendeu. Ele diz que se sentiu "abandonado".