Promotoria sugere que Murray tratou Michael Jackson usando nomes diferentes para o cantor
Da Redação
No sétimo dia de julgamento de Conrad Murray, médico acusado de homicídio doloso de seu paciente Michael Jackson, a promotoria chamou o especialista em computadores Stevehn Marx, do Drug Enforcement Administration (DEA, o departamento de narcóticos americano), para confirmar informações provenientes do Iphone de Murray.
Entre estas informações, o promotor Dave Walgren mostrou diversos e-mails enviados e recebidos pelo médico inclusive no dia da morte de Michael Jackson - salvos automaticamente por meio de "screenshots" no aparelho e recuperados pelo DEA - com o intuito de provar que Murray respondeu e-mails e mexeu em seu celular no dia da morte de Michael Jackson.
Nomes diferentes
A promotoria seguiu mostrando e-mails e mensagens capturadas do Iphone de Murray, com o intuito de sugerir que o médico tratava Jackson utilizando nomes diferentes ou até falsos. Nos anexos destas mensagens estavam receitas, pedidos de remédio, exames e análise de dois pacientes, Omar Arnold e Paul Farance.
Nos escritos de Murray, haviam pedidos de Benoquin, pomada branqueadora da pele que pode provocar a despigmentação total e permanente, e de uso exclusivo em pacientes com vitiligo, medicamento usado por Jackson, em nome de outro paciente.
Na prova seguinte, Walgren exibiu um histórico médico de Omar Arnold, com a mesma data de nascimento de Michael Jackson, 29 de agosto de 1958, relatando que o paciente não estava se sentindo bem, com tosse e outros sintomas. Depois de exibir alguns pedidos de exames do coração pedidos com o nome de Omar Arnold e Paul Farance, a promotoria mostrou um e-mail-chave.
Connie Ng, funcionária de Conrad Murray em um de seus consultórios, mandou um e-mail para o médico com a seguinte frase: "Chegou um ECG (eletrocardiograma) para Paul Farance. Paul Farance é 'ele' também?". O juiz do caso Michael Pastor pediu um pequeno recesso após o incidente.
Quando voltaram ao julgamento, a defesa questionou Stevehn Marx sobre uma série de e-mails onde Murray mostra preocupação com o estado físico de Michael Jackson para tentar um seguro para o cantor. Nas mensagens, destinadas à companhia seguradora, o médico desmente as publicações da imprensa, que diziam à época que Jackson estava debilitado, e ainda há a convocação um exame médico do cantor.
Drogas incomuns
Antes de Stevehn Marx, a distribuidora de produtos farmacêuticos Sally Hirschberg confirmou que Murray pedia remédios não usuais para um cardiologista, tal como Lidocaína. A testemunha ainda afirmou que se recusou a entregar os produtos na casa de Murray na California, e que no dia 26 de junho, um dia após a morte de Michael Jackson, foi solicitado um cancelamento de pedido.