Projetado para receber 250 convidados, o camarote patrocinado pela rede de lojas de departamentos Renner, para o show de Madonna, na noite de terça (4), no estádio do Morumbi, em São Paulo, foi o local de badalação e ponto estratégico para quem queria assistir ao espetáculo com mordomia e bem próximo ao palco.

Poucos artistas e muita gente fashion poderosa marcaram o espaço, decorado com pouca luz e a sisudez do preto, tanto nas paredes, algumas cadeiras de design e mesinhas tipo aparadores. A luminosidade se concentrava no bar, com variedade de coquetéis. Garçons passam com bandejas servindo sugestões criativas como bobozinho de palmito com farofinha de coco fresco ou sorvete de jaboticaba com paçoca, entre mais de vinte itens.

A top model e apresentadora de TV, Carol Ribeiro, foi uma das primeiras notórias do Olimpo fashion a chegar. Acostumada com celebridades mundiais, conta como foi um encontro que teve com Madonna. “Estava posando para a 'Vogue italiana' com o fotógrafo Steven Meisel, em 2000, quando ele disse da presença dela para fotografar em seguida com ele, já que são amigos. Fiquei super chocada de vê-la tão de perto. Hoje acho legal ainda manter uma certa distância de ídolos, porque quando estamos cara a cara, a pessoa passa a ser normal e quebra justamente esse encanto”, conta ela, que para o próximo ano negocia um projeto de programa de TV sobre moda, inteiro desenvolvido por ela. “Eu e o Paulo [marido] queríamos ir no golden triangle (pequena área bem próxima ao palco para fãs especiais da cantora e poucos amigos) mas a Michelle [Alves] só tinha mais um convite”, disse Carol ao citar a super amiga, também top brasileira e casada com Guy Oseary, o braço direito e sócio de Madonna.

Michelle Alves foi dar um alô no camarote, retornando em seguida para seu lugar na alta corte da rainha pop. “Adoro quando o show é no Brasil pois vejo os amigos. Para mim é uma energia sem igual”, conta. Qualquer pergunta sobre a “comadre”, a modelo paulista tem resposta rápida: “Pergunta para ela”, diz, antes de um sorriso igualmente veloz. Mãe de três filhos, afirma que deve retornar a carreira em 2013. “Meu marido ficou um ano fora de casa e fiquei cuidando de três crianças, uma com menos de um ano. Então agora estou vendo alguns trabalhos”, completa, enquanto encontra mais amigos no gramado.

Outro ilustre brasileiro da corte de Madonna a rever  amigos no camarote foi o diretor de arte Giovanni Bianco, que assina a comunicação visual dos discos, da campanha em torno do show e também intervenções estéticas no espetáculo, como na música "Justify My Love". “O show em Florença, Nova York e Paris foi incrível. Mas ela tem uma simpatia muito grande pelo Brasil, pela euforia do público”, conta. Giovanni vai lançar uma edição sobre religiões para a editora Taschen, chamado "Save a Little Prayer".

Entre os artistas brasileiros, Gabriela Duarte foi homenageada como madrinha do camarote. “Eu adoro a cena pop. Cresci e até hoje sou fã de Madonna, Michael Jackson, Mariah Carey e anexei a Lady Gaga. Mas a Madonna tem algo que eu admiro que lembra até uma coisa da minha mãe [a atriz Regina Duarte] que é se reinventar. Ela passou dos 50 anos e  minha mãe comemorou esse ano 50 de carreira, com a mesma juventude e generosidade com a vida. Ambas tem isso”, diz a atriz, que está filmando o longa “Mato sem Cachorro”, de Pedro Amorim, ao lado de Bruno Gagliasso. “Viramos grandes amigos desde quando contracenamos na novela 'Passione'”.

Quase na hora do show, Sabrina Sato surge na pista do estádio de bata e microshorts. “Estava numa reunião na Band por causa do 'Pânico' e vim correndo. Ainda bem que é perto porque show da Madonna não perco. Eu dava aula de balé para crianças com as músicas dela. Mas como não falo inglês, não lembro o nome de nenhuma”, disse. Antes de vestir a camiseta preta e dourada do camarote, ela encontra Giovanni Bianco e o convida animadíssima para desfilar ao seu lado no Carnaval carioca na Unidos de Vila Isabel, já que é madrinha da bateria. “É uma fantasia de pouca roupa, mas vai ser o máximo”, diz ela, tentando convencer o diretor de arte, que acaba rindo do convite.

Quem não passa pelo camarote, mas tem passe igualmente livre pelos bastidores é Jânio Quadros Neto, herdeiro do saudoso Presidente da República, que governou menos de um  ano e renunciando em 1961. Amigo da cantora e acompanhado de uma modelo, ele entra pela lateral do palco rumo ao camarim – mas teve que chamar alguém da produção, mesmo exibindo um crachá de acesso.