A cantora Madonna, 54, visitou um projeto social na comunidade de Vigário Geral, na zona norte do Rio, na tarde desta sexta-feira (7), acompanhada do namorado, o dançarino Brahim Zaibat e do filho Rocco.

Cerca de 60 policiais militares foram mobilizados para dar segurança à visita da cantora no local, de acordo a assessoria de imprensa da PM.  Era visível o aparato policial que garantia a segurança no entorno do local e próximo a um posto de gasolina onde a imprensa foi orientada a estacionar seus veículos. "Nunca vi tanta polícia aqui na porta de casa, mas eles vão embora com essa mulher (Madonna)", disse uma moradora que não quis se identificar. Apesar da escolta, a visita gerou um tumulto na porta do Centro Cultural Waly Salomão, unidade do AfroReggae na comunidade, e descontentamento de moradores que não tiveram acesso ao evento, restrito a 120 pessoas.

A popstar foi à favela para conhecer a ONG indicada pelo apresentador Luciano Huck e assistiu a apresentações de dança afro e acrobacia, além de uma banda musical formado por jovens carentes atendidos pelo projeto.  Raphael Rodrigues, 26, bailarino da dança étnica makala, ficou emocionado. "Não tem explicação. Foi incrível o que eu senti ao meu apresentar". A visita, inicialmente agendada para segunda-feira (3), foi adiada devido ao cansaço da cantora após sua apresentação no Rio, de acordo com o fundador do AfroReggae José Júnior.

Para ver a cantora de perto, pelas frestas da tenda do centro cultural, moradores tentaram invadir o espaço e chegaram a cortar a lona da tenda. A visita durou cerca de duas horas, entre 14 e 16h, e, na saída da cantora, houve mais uma confusão. Uma das exigências da produção da cantora era a não presença da imprensa no local. Um pano preto chegou a ser colocado na saída para impedir que a cantora fosse fotografada. Uma garota ficou levemente ferida durante um empurra-empurra.

José Júnior minimizou o tumulto. "Sabemos que um evento como este mobiliza toda a comunidade. Foi um grande presente de um parceiro nosso, o apresentador Luciano Huck. Madonna ia aprender alguns passos e tocar com os meninos, mas não foi possível. Valeu a visita". O fundador do AfroReggae não confirmou nenhuma parceria com a cantora, mas disse que houve "troca de contatos" e que a cantora saiu satisfeita com o que viu. "Ela curtiu pra caramba estar conosco, até postei uma foto dela sorrindo, estava feliz".

Moradores da comunidade reclamaram das restrições de acesso ao local. "É triste você ter um evento na comunidade, onde o povo de verdade, morador, não pode entrar", disse a dona de casa Suely Alves, 40. Outra dona de casa pregava o boicote a cantora, "Sabe o que todo mudo tinha que fazer? Não ir ao show dela quando ela viesse aqui de novo, fica todo mundo aqui na porta com cara de bobo e do lado de fora, nem as crianças entraram", disse Severina Maria Santos, 54.

Madonna está no Brasil para apresentações da sua turnê "MDNA" e já se apresentou no Rio e em São Paulo. O último show no Brasil será no próximo domingo, em Porto Alegre.

Na noite da última quinta, Madonna e o namorado saíram para jantar a pé e caminharam pela orla de Ipanema, na zona sul da cidade. Para se esconder dos fotógrafos, a cantora cobriu o rosto com um lenço. Antes de chegar ao país, Madonna reclamou, em entrevista a Luciano Huck, da perseguição dos paparazzi brasileiros, que não a deixaram em paz em suas últimas visitas.

Cantora já subiu o Dona Marta
 

 Madonna já conheceu uma favela em uma de suas visitas ao Brasil. Em novembro de 2009, a cantora visitou o morro Dona Marta, localizado na zona sul do Rio, acompanhada do governador do Rio, Sérgio Cabral. Madonna passeou pelo mirante da comunidade e assistiu à apresentação de uma escola de samba local, a Mocidade Unida de Santa Marta, sentada no chão da quadra. Ela viu também um grupo de dança de rua, com integrantes de um projeto social.

Na ocasião, cerca de 12 homens, sendo metade destes da Polícia Militar do Estado, escoltaram a cantora durante o trajeto entre o centro e o Santa Marta.