Em carta pública, filho de Cristina Mortagua pede desculpas à mãe

Do UOL, em São Paulo

  • Retratos da vida

    Em 2010, antes do incidente da delegacia, Cristina Mortágua faz ensaio sensual com seu filho

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O filho da ex-modelo Cristina Mortagua com o ex-jogador de futebol Edmundo, Alexandre Mortagua, enviou à imprensa nesta segunda-feira (18) uma carta aberta pedindo desculpas a sua mãe.  Segundo o estilista, "depois de inúmeros ocorridos", a tragédia em Santa Maria foi o que o motivou a voltar a ter uma relação amistosa com a mãe.

"Passei (na verdade, passamos, porque ela sempre esteve do meu lado) por um período de raiva, negação e culpa que acabou prejudicando nossa relação e resultou no episódio que ficou conhecido como ‘a confusão da delegacia’. De novo, peço perdão pelo ocorrido", escreveu ele, que se refere ao episódio em que o estilista diz ter sido agredido pela mãe em uma delegacia. Em agosto de 2011, o rapaz chegou a processar Cristina pelo fato.

Alexandre cita também que a ausência de seu pai Edmundo fez com eles se desentendessem e, a mãe, talvez, pecasse por excesso de zelo. "Desde pequeno, só recebi silêncio e alienação (e é assim até hoje) por parte do meu pai e inconscientemente a culpava pelo pai que tinha (um pai que nunca compareceu a uma festa de aniversário sequer, com quem não tenho uma fotografia de recordação). Incapaz de obrigar meu pai a ser presente, sua preocupação e excesso de amor me sufocaram e eu não soube lidar sua superproteção".

  • Reprodução de imagens de câmeras de segurança da 16ª DP na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, RJ, que mostram o momento em que a ex-modelo Cristina Mortágua agride seu filho

Por meio do Facebook, Cristina agradeceu ao filho e disse não entender o porquê da carta neste momento. "Te amo meu filho, fico feliz por você ter criado asas e ter se tornado autor de sua própria história e não vítima da vida e lembre-se do que sempre te ensinei: Ninguém dá o que não tem, tem gente que é tão rica, mas tão rica que só tem dinheiro...", escreveu.


Leia a carta na íntegra:

"Eu, Alexandre Mortagua de Souza, venho por meio deste e-mail publicamente pedir perdão á minha mãe. No dia da tragédia em Santa Maria, estava de férias em Londres mas acompanhei o caso todo e fiquei bastante comovido e sensibilizado com a morte de todos aqueles jovens e com o sofrimento e desespero de seus pais. Me coloquei no lugar de minha mãe, que sempre me criou com muito amor, e entendi sua superproteção. Acredito que muita gente da minha idade sente a mesma coisa, mas no caso da minha mãe existia uma razão mais profunda, que machucava um pouco mais. Ela cresceu acreditando ter sido abandonada pelo meu avô e sofreu alienação parental por parte de minha avó, que também foi mãe solteira. Hoje eu entendo que ela não desejava a mesma dor e sofrimento que passou na infância. Ela não queria que sua história se repetisse comigo mas com a ausência do meu pai, teve que me criar sozinha. Desde pequeno, só recebi silêncio e alienação (e é assim até hoje) por parte do meu pai e inconscientemente a culpava pelo pai que tinha (um pai que nunca compareceu a uma festa de aniversário sequer, com quem não tenho uma fotografia de recordação). Incapaz de obrigar meu pai a ser presente, sua preocupação e excesso de amor me sufocaram e eu não soube lidar sua superproteção. Passei (na verdade, passamos, porque ela sempre esteve do meu lado) por um período de raiva, negação e culpa que acabou prejudicando nossa relação e resultou no episódio que ficou conhecido como "a confusão da delegacia". De novo, peço perdão pelo ocorrido. Se ela errou, foi por excesso, nunca por falta. Me criou sozinha, levou fama de barraqueira por ter lutado pelos meus direitos como filho e sempre me poupou de tudo. Me protegeu, me amou, me respeitou e sofreu comigo, merece uma salva de palmas pela criação. Linda, inteligentíssima, de excelente coração e uma leoa pra proteger quem ama, só merece meu respeito, admiração e meu mais sincero pedido de desculpas. Hoje, nos entendemos, acima de qualquer coisa, como seres humanos e respeitamos muito o que o outro passou. Mãe, eu te amo. E meu pai não carrega a verdade com ele.

Alexandre Mortagua de Souza"

 

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