Delegado do caso Murilo Rosa admite que suspeitos não devem ficar presos

Ana Cora Lima

Do UOL, no Rio

Murilo Rosa
Murilo Rosa

No dia que a lei sobre crimes na internet 12.737/2012, mais conhecida com a lei Carolina Dieckmann, entrou em  vigência em todo país, o delegado responsável pela investigação das fotos íntimas roubadas de Murilo Rosa disse que os suspeitos não devem ficar presos. Rodolfo Waldeck, da 14ª DP (Leblon), espera só o laudo da perícia técnica para encerrar o caso do ator, registrado no último dia 15 como tentativa de extorsão. "A pena não é retroativa. Como tudo foi feito pela internet ou por via de contatos telefônicos, a lei anterior não era tão específica para crimes cibernéticos e é bem complicado provar que houve mesmo a extorsão", explicou.

  • Foto Rio News

    Murilo Rosa e a mulher, a modelo Fernanda Tavares

Segundo Waldeck, dois suspeitos já foram identificados: um homem e um adolescente. "Um deles capturou a imagem e outro foi o responsável pela divulgação. Assim que a perícia técnica me mandar os laudos dos computadores desses suspeitos, eu encerro o caso. Para mim já esta tudo esclarecido, tudo solucionado. Agora, a  punição dos envolvidos vai ficar a critério da justiça", comentou o delegado.

O ator, que interpreta o capitão Élcio na novela "Salve Jorge", registrou queixa na 14ª DP (Leblon), que trabalha em conjunto com a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, depois que uma foto de sua intimidade circulou na web. As cenas foram reproduzidas de um vídeo íntimo recente que, de acordo com ator, tinha sido feito para a mulher, a modelo Fernanda Tavares.  Na época, o advogado de Murilo, Ricardo Brajterman contou que o ator chegou a  receber uma mensagem de texto no celular com uma chantagem para não ter as imagens publicadas.

Murilo Rosa e Fernanda Tavares são casados há seis anos e pais de dois meninos: Lucas, de cinco anos, e Arthur, de quatro meses. O ator só fez uma declaração sobre o caso. Ele revelou estar "indignado" como o crime contra a sua privacidade  ao colunista Ancelmo Gois, do jornal "O Globo". "Não vou sossegar enquanto não descobrir o responsável por essa ameaça", declarou na época.

Lei Carolina Dieckmann

A Lei 12.737/2012  estabelece a tipificação criminal de delitos de informática e prevê prisão de seis meses a dois anos e multa para quem obtiver segredos comerciais e industriais ou conteúdos privados por meio da violação de mecanismo de segurança de equipamentos de informática.

A pena aumenta de um a dois terços caso o crime seja cometido contra chefes dos poderes Executivo, Judiciário ou Legislativo. A lei ainda equipara a prática de roubo de dados de cartão de crédito ao de falsificação de um documento particular.

Em maio de 2012, Carolina Dieckmann viu 36 fotos íntimas suas serem colocadas na internet. Na época, Leonan Santos, Diego Fernando Cruz, Pedro Henrique Mathias e um menor, cujo nome não foi divulgado, foram apreendidos. Dez  meses depois, os responsáveis pelo crime foram soltos.

Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado da atriz, confirmou que o processo não teve seguimento já que pela legislação da época o único crime que se enquadrava no caso era o de danos morais e por isso a ação foi retirada. De acordo com Kakay,  Carolina queria chegar à autoria do crime para  provar que hackers haviam entrado em seu computador e que não tinha sido uma armação.

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