"Tive dois filhos, casei, separei, mas a base da minha família é tradicional. Nesse ponto sou muito careta sim", disse a atriz aos risos durante entrevista ao UOL no brechó La Luna Mia, do qual é sócia, no Rio. No ar em "Amor à Vida" como Amaralys, uma médica que topa engravidar para o casal de amigos gays, a atriz tem sentido nas ruas a polêmica criada pela decisão da personagem. "Sou uma pessoa bem livre de preconceitos, acredito no amor como base. Conheço mulheres que passaram dos 30 e ainda não construíram família e que tem ideias bem modernas sobre o que é ter uma família hoje", completou.

 

Em 2013, além de completar 40 anos, ela celebra 20 anos de uma bem sucedida carreira na televisão e no teatro. "Acho o máximo poder olhar para trás e ver que tudo o que eu fiz foi com muito prazer, fui feliz em todos os meus trabalhos", afirmou. Da lista destacam-se principalmente os vividos em tramas de Carlos Lombardi, como a Tati, de "Uga Uga", e a Marisol, de "Kubanakan". Tropeços, segundo ela, são "molas propulsoras". "Não houve arrependimentos, sempre adorei fazer personagens cômicos e sempre prezei por diferenciá-las. Uma sexy nunca era igual a outra".

Os boatos de que teria ficado infeliz com a escalação para "Malhação", segundo a própria, nunca foram sinceros. "Adorei fazer a novela, a personagem era bem escrita, completa. Tive a chance de ser mãe de um adolescente. Quando você começa cedo é difícil para o público ver que você cresceu. Sou uma mulher de 39 anos, mãe de dois filhos pequenos (Guy e o mais velho, Noah)", comentou dando risadas.

Da novela adolescente para o horário nobre demorou pouco mais de um mês, problema nenhum para quem se considera uma workaholic. "Adoro trabalhar. Leio entrevistas de atores que estão começando agora e dizem que vão tirar férias de um ano para descansar a imagem, acho que eles precisam comer mais arroz com feijão. Não se constrói uma carreira estando de férias". Sinceridade, aliás, parece ser uma das maiores qualidades da atriz. Acostumada a ver sua vida amorosa estampar capas de revistas, ela não se intimidou a chamar a sociedade de hipócrita.

"Parece que só ator casa, separa, tem filho. A sociedade ainda é muito hipócrita. Eu realmente não penso no que as pessoas vão achar, busco ser inteira, real. Meu trabalho já é mentir, inventar uma história". Mais madura e serena, Danielle encontrou conforto o jogador de futebol Amaury Nunes, a quem chama de "namorido". Morando juntos, no Rio, ela não descarta um novo casamento e mais filhos.  "Se for da vontade dos dois por que não casar? Adoro o ritual e Amaury já é pronto para ser pai". Crença no amor, ela nunca perdeu: Provo que apesar dos percalços dá para ser feliz, sempre podemos criar um novo começo para tudo".

Sobre a proximidades do quarenta, ela disse não temer.  "Não fico pensando nisso, os trinta foram melhores que os vinte e os quarenta serão melhores que os trinta, tenho certeza". Para o final de "Amor à Vida", ela pretende retornar aos palcos em um musical e lamentou o fato de ficar de fora da continuação do sucesso "Até que a Sorte nos Separe". "Não tive como conciliar a novela e as filmagens". Certezas, por enquanto, só a do aprendizado que a nova personagem está lhe trazendo. "Cada vez mais tenho a certeza de que a maternidade é um fator importante para algumas mulheres. Para mim, foi um divisor de águas", finalizou.