Saiba por onde anda o Charles Henriquepédia do "Pânico"

Do UOL, no Rio

Charles Henriquepédia, personagem que fez sucesso no "Pânico na TV", conhecido por sua memória de elefante, que impressionava os famosos ao lembrar datas de programas antigos na TV, está afastado do humorístico desde abril de 2012, quando tentou se eleger vereador do Rio de Janeiro. Com 4.795 votos, Carlos Henrique de Andrade Adão, 33 anos, mais conhecido como Charles Henrique, não obteve êxito na política, mas ainda faz shows de humor pelo país, participou de quadros do "Domingo Legal", no SBT, e sonha em voltar para o programa comandado por Emílio Surita, atualmente exibido na Band, e reencontrar sua musa, Sabrina Sato.

Pânico comemora o aniversário de Charles

O UOL foi ao bairro em que o humorista vive na zona oeste do Rio de Janeiro e conversou com vizinhos e familiares para saber como vive Charles, que fez sucesso com o bordão "Ah, muleque" e seu jeito inocente. Ele mora com a irmã, a promotora de eventos Carla Andrade, em uma casa em Campo Grande que comprou na época do "Pânico", e é visto com frequência pelas ruas, em bares onde costuma fazer lanches e nos pontos onde pega o ônibus para o centro do Rio, em direção à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Na ALERJ, costuma 'bater ponto' nas escadarias e cumprimenta os deputados pelos nomes.

Segundo a irmã, Charles sente muita saudade dos companheiros do programa Pânico. "Meu irmão ama o 'Pânico'. O Henrique, por decisão própria, sempre quis ser vereador. Durante a campanha eleitoral, ele precisou sair do ar. Fomos atrás da vontade dele e não deu certo e foi nesse momento que o programa foi para a Band. Ele já recebeu propostas para a televisão mas o desejo de coração dele é voltar para o 'Pânico'", contou Carla.

Por onde passa, ainda é abordado por fãs que querem tirar uma foto. "O Charles é uma figura, um cara do bem, ingênuo, puro, que fala com todos aqui em Campo Grande. Ele é muito simples, anda de ônibus mas anda bem cuidado, mora com a família e sempre liga para dizer onde está", conta o comerciante Ricardo Silva, que nunca viu Charles catando papelão, como chegou a ser noticiado: "não é verdade, nunca o vi fazendo isso".

A irmã de Charles também negou que ele peça dinheiro nas ruas ou que tenha virado catador de papelão. "O Henrique não precisa disso, ele tem família, é muito bem cuidado. Vou processar todos os jornalistas que inventaram isso", disse, em conversa por telefone. Segundo Carla, Charles tem renda com os shows que apresenta e anda de ônibus porque gosta. "Temos um carro em casa à disposição. Ele anda de ônibus porque gosta de estar em contato com as pessoas. Além disso, a nossa mãe faleceu tem pouco mais de três meses e estamos trabalhando esse lado psicológico dele. O Charles ainda está muito triste. Mas ele é muito amado por toda a família", explicou ela, que não permitiu que Charles desse entrevista ao UOL. "A minha advogada me  orientou para que ele não dê entrevistas. Além disso, meu irmão está sofrendo com essa história que falam que ele cata papelão e pede dinheiro".

Segundo o UOL apurou, Charles não cata lixo e nem mora na rua. Ele se apresentará em dezembro em Angra dos Reis e Miguel Pereira, no Rio de Janeiro. Depois das eleições de 2012, Charles participou de um quadro do "Domingo Legal", com Celso Portiolli, em que, ao lado de Pitoco, acordava famosos, entre eles, Rita Cadillac e Sérgio Mallandro. Segundo a assessoria do SBT, o quadro foi extinto do programa e o humorista não era contratado, fez apenas algumas participações.


Ajuda para condução

  • UOL

    Alexandre Silva, dono de um bar próximo ao West Shopping, e Conceição Acioli

Charles costuma se deslocar às sextas-feiras para São João do Meriti, para ver amigos de infância. No caminho, encontra pessoas que o ajudam a pegar a condução. "Ele é gente boa. Já paguei passagem de ônibus para ele ir ao Centro, mas ele não anda no quentão, só vai de frescão, que a passagem custa nove reais", diz a contadora Conceição Acioli, referindo-se ao ônibus executivo com ar condicionado, que tem passagem mais cara que a de um coletivo comum (R$ 2,75). "Ele disse que tinha um encontro muito importante no Centro da cidade do Rio de Janeiro mas que tinha esquecido a carteira em casa, paguei a passagem dele mas ele sempre faz isso, já vi várias vezes. As pessoas o reconhecem e como têm um carinho por ele, acabam pagando também. É um rapaz puro", explica.

O comerciante Alexandre Silva, dono de um bar próximo ao West Shopping, lembra que, desde que Charles estava no "Pânico", ele costumava pedir lanches. "É uma criança grande, só tem tamanho. Vinha muito aqui à noite e pedia um refrigerante e um salgado. O Charles é muito querido no bairro. Embora não precise, ele tem essa mania de pedir dinheiro", conta ele, enquanto exibia um vídeo em seu celular de algumas vezes que o humorista esteve no bar. "Uma vez, umas meninas o avistaram aqui dentro, desceram do carro, tiraram fotos e depois ele pediu cinco reais. Ele é igualzinho a uma criança", lembra.

Os colegas de Campo Grande acreditam que Charles esteja sofrendo bastante com a morte da mãe, dona Rosana, pois era muito ligado a ela. "Já dei carona para ele algumas vezes. Ele sempre ligava para a mãe e avisava que estava chegando, deve estar arrasado", lembra Alexandre.
 

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    O pipoqueiro Adriano Cesar, que trabalha há 14 anos na região

O pipoqueiro Adriano César, que trabalha há 14 anos na região, também costuma ver o humorista pelo bairro. "Ele já me pediu dois reais emprestado mas não precisa, pega táxi para voltar para a casa. Tem essa mania mas é uma boa pessoa", conta ele. Os taxistas da cooperativa "Diskcap" confirmam que Charles Henrique é um cliente cadastrado e que sempre paga suas corridas normalmente.

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