Procurado pela Justiça francesa, ex de Clara foi "dedurado" por brasileiros

James Cimino

Do UOL, em São Paulo

  • Reprodução/"La Ruche"

    Capa do jornal francês "La Ruche", que exibe reportagem sobre suposto golpe aplicado por Fabien Teissier: "Procurado aqui, estrela no Brasil"

    Capa do jornal francês "La Ruche", que exibe reportagem sobre suposto golpe aplicado por Fabien Teissier: "Procurado aqui, estrela no Brasil"

Fabian Aguilar tornou-se célebre no Brasil por causa de sua mulher, Clara Aguilar, terceira colocada da última edição do "Big Brother Brasil". Mas a fama repentina acabou revelando um passado inconveniente do empresário francês.

Procurado Justiça francesa sob suspeita de ter aplicado um golpe de 600 mil euros em seus sócios de uma empresa de tecnologia, o empresário, que na verdade se chama Fabien Teissier, teve seu paradeiro revelado em sua terra natal graças aos internautas brasileiros. É o que contou à reportagem do UOL um de seus ex-sócios, Philippe Sarrade, por telefone.

"Foram os internautas brasileiros. Eles viram uma reportagem aqui na França sobre o golpe e entraram em contato com o jornal que a publicou. Mandaram várias fotos e um vídeo em que ele dá uma entrevista ao site brasileiro R7. Então o repórter David Allignon, autor dos artigos, me mandou as fotos e o vídeo para confirmar se realmente se tratava dele. Eu o reconheci imediatamente. Em uma das imagens ele usava um chapéu que eu já o tinha visto usar em outras ocasiões. Quando vi o vídeo, tive mais certeza ainda, o gestual é o mesmo. A história está sendo muito comentada aqui na França. É muito original e curiosa. Já dei entrevistas a três redes de TV e a três estações de rádio", contou Sarrade, que processou Fabien Tessier em 2012.

Segundo o francês, tudo começou em 2010, quando Fabien, ele e um terceiro sócio, Bertrand Pellet, amigo de infância do ex-marido de Clara, resolveram montar uma empresa que produziria equipamentos de gerenciamento de LEDs. O capital inicial do empreendimento foi de 100 mil euros e os parceiros na empreitada seriam empresas sediadas na China, já que o custo da produção na França era muito alto.

Entre idas e vindas, supostamente para fechar contratos de produção e distribuição do produto, Fabien Teissier decidiu se mudar para a China no começo de 2012, onde já tinha mulher e filho, ainda de acordo com Sarrade. De lá desapareceu, deixando a empresa quebrada, seus sócios a ver navios e dívidas na casa dos 160 mil euros com empresários chineses, segundo afirmou seu sócio ao jornal "La Ruche", que publicou a primeira reportagem sobre o caso, e ao UOL.

O débito no continente asiático está rendendo não apenas juros, mas também ameaças. "Eu conversei com os empresários chineses e eles me disseram categoricamente que 'ou ele paga ou ele morre'", disse ironicamente Sarrade. "Quero deixar claro que espero que essa ameaças não se cumpram, mas acredito que ele terá de mudar seu paradeiro."

Clara
Clara

Sarrade, que afirma ter perdido 10 mil euros em economias mais três anos de trabalho sem salário, agora está desempregado e não espera reaver o dinheiro. "Depende de muitas variáveis. Ele teria primeiro de ser extraditado, depois julgado e, sendo inteligente como é, deve ter dado um bom jeito de lavar esse dinheiro."

Procurado pela reportagem do UOL, Fabien Teissier não respondeu às ligações nem às mensagens em uma rede social. Ainda segundo seu ex-sócio, ele está sendo procurado pela justiça desde novembro de 2013. Após o anúncio de sua separação de Clara, nesta segunda-feira (14), o empresário voltou a usar o nome de batismo em sua conta no Facebook.

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