"Um tsunami de amor", diz Alessandra Maestrini após assumir bissexualidade

Do UOL, em São Paulo

  • Anderson Borde/AgNews

    Alessandra Maestrini diz que sofre preconceito no "mundo gay"

    Alessandra Maestrini diz que sofre preconceito no "mundo gay"

Após assumir a sua bissexualidade em agosto, Alessandra Maestrini, de 37 anos, comentou a repercussão e disse ter recebido muitas cartas de agradecimento pelo gesto. A atriz também desabafou sobre o preconceito existente dentro do próprio "mundo gay".

"Eu recebi uma tsunami de amor e agradecimento. Muitas cartas das pessoas agradecendo pelo meu gesto, porque isso facilitou a eles se colocarem. Mães e pais agradecendo porque isso ajudou a entender o filho, como não sendo uma aberração ou uma coisa estranha. Como sendo uma pessoa digna", iniciou. "Quando eu falei sobre isso, me perguntaram se eu ia abrir mão da minha intimidade, mas eu não abri mão da minha intimidade, eu fiz questão da minha identidade. Eu não tenho vergonha disso, eu existo, não tenho porque negar o que sou por causa de um preconceito", acrescentou Alessandra durante o "Encontro com Fátima Bernardes" desta quinta-feira (2).

"As pessoas dizem que a gente [os bissexuais] não existe. Mas eu existo, amor!", ressaltou.

Alessandra Maestrini, que ficou conhecida por interpretar a divertida Bozena de "Toma lá, da cá" (2007-2009), assumiu sua bissexualidade em uma carta divulgada pelo site Caras Digital. No texto, finalizado com um "que alívio!", a atriz fala sobre a tensão de viver "escondida", relembra relacionamento com uma mulher e também conta como a família reagiu ao saber de sua sexualidade.

Sobre se assumir, Maestrini escreveu: "Já repararam que quando alguém resolve se declarar gay, bi, pam ou trans, esta pessoa nunca diz 'vou assumir minha sexualidade'? Diz: 'Vou me assumir'. Porque o gesto e a questão estão muito além dos limites do sexo. Trata-se de assumir sua personalidade, sua opinião religiosa, política, social, profissional, familiar, amorosa e para consigo própria. Trata-se de assumir sua ilimitada criatividade e responsabilidade (a habilidade de responder) perante a vida".

A atriz falou sobre um namoro com uma mulher que não aceitava a própria sexualidade.

"Lembro de um término de namoro difícil. Ela disse: 'Eu te amo, mas eu não me aceito. Sei que esta sou eu, mas eu não quero ser esta. Eu não consigo. Eu vivia em um mundo preto e branco e você me apresentou a um mundo cheio de cores tão lindo. Mas eu não sou forte o suficiente para dar conta dele. Não tenho coragem de encarar o desgosto que vi nos olhos da minha mãe. Vou voltar para a minha vida preto e branco'. Você será feliz assim? - perguntei. Ela sorriu singelamente e disse: 'Assim dá para sobreviver'.  Humm... Sobreviver. E está bom assim? Sobreviver é o suficiente para você? 'Como assim?' Não quer viver? Sobreviver não basta. E estamos esperando mais o que para virar esta chave? Se o presente é tudo quanto existe?"

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