"Não teve diferença nenhuma, não me senti uma estranha. Foi bem diferente quando atuei no México, como atriz convidada. Lá era uma coisa mais hollywoodiana. As atrizes chegavam com carros enormes, unhas postiças, cílios postiços. Eu vinha numa Kombi! Mas eu estava alegre, feliz, ganhando em dólares", diverte-se ela, referindo-se à produção "Profesión: Señora", exibida em 1983. 

 

Sobre as tramas mexicanas, aliás, ela fez uma observação: "As histórias são sempre as mesmas: a mocinha pobre que se apaixona pelo milionário, mas isso não existe. As novelas brasileiras falam de coisas mais atuais", afirma Susana, que diz receber muitas cartas da Polônia e da Rússia e ter vontade de trabalhar na China. Apesar de ter ultrapassado as fronteiras nacionais, a atriz garante que nunca sonhou em ganhar um Oscar nem em atuar em Hollywood. "Nunca falaremos como eles falam, seremos sempre terceiro mundo. Ser boa atriz em meu país é muito forte e hoje em dia até penso em trabalhar num filme brasileiro que ganhe um Oscarm mas não tenho esse sonho", declarou. 

 

Bem-humorada como de costume, Susana tirou o casaco para mostrar sua "boa forma física" no meio da entrevista. E afirmou que a idade a deixou melhor. "Dizem que você vai ficar gorda, feia, acabada, mas estou com fogo total. Quero viver muitos anos, ser feliz, passear com meus netos, continuar amando e beijando na boca", declarou ela, afirmando ter sido beneficiada pela genética e pela disciplina para exercícios adquirida desde os tempos de bailarina formada pelo Teatro Municipal de Buenos Aires. "E como de tudo: carne, arroz, batata, pizza, tudo que não pode. Só não bebo, não fumo nem como açúcar", completou.

 

Quando uma repórter perguntou sobre a possibilidade de fazer cenas de nudez em um novo trabalho ou até um ensaio para uma revista, Susana nem pensou duas vezes. "Faria sim. Tenho uma cabeça muito boa e um corpo mais ou menos, mas hoje em dia tem Photoshop. E ainda falta comprar umas coisinhas", brincou a atriz.