"Caras babacas da academia acham que sou sapatona. Me divirto", diz Vanessa
Felipe Pinheiro
Do UOL, em São Paulo
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Reinaldo Canato/UOL. Agradecimento: Academia Bio Ritmo
A paulistana Vanessa Mesquita levava uma vida tranquila, dedicada à família e a cuidar dos animais, até ver sua rotina mudar radicalmente depois de aceitar a sugestão de sua mãe, Solange Mesquita, de se inscrever na 14ª edição do "Big Brother Brasil", de onde saiu milionária e famosa. Em entrevista ao UOL, ela diz que tem personalidade de gato, ao se descrever como uma pessoa caseira, que gosta dormir e ficar sozinha.
"Foi um choque [quando saiu do 'BBB']. No primeiro mês fiquei meio assustada e não sabia lidar com a fama. Era uma coisa muito confusa na minha cabeça. Me falavam, 'você tem que estar feliz, ganhou R$ 1,5 milhão'. Lógico que eu estava feliz, mas não sabia o que fazer. As pessoas diziam que me amavam e eu pensava, 'como assim?'. Elas me conheciam, mas eu não as conhecia. Quando caiu a ficha aprendi a receber esse amor com todo carinho", afirma.
Habituada ao status de celebridade, Vanessa considera o assédio como uma troca boa de energia, mas diz sentir-se incomodada quando há falta de respeito e com comentários que lê nas redes sociais. "Vem gente apontando o dedo. Isso é muito chato, quando alguém vem te julgar e mal sabe da sua vida. Me chamavam de falsa lésbica (risos)", diz ela, ao lembrar-se de algumas críticas que recebeu relacionadas ao seu relacionamento com Clara Aguilar no confinamento.
A pressão grande dos fãs, ela reconhece, em alguns momentos atrapalha a sua relação com Clara, mantida após o programa: "Criaram muitas expectativas. Tinha fã que achava que a gente ia casar e ter filhos naturalmente, da nossa barriga. Isso é muito enlouquecedor. A expectativa era muito grande e a gente se sente muito culpada porque, às vezes, temos medo de decepcionar. Procuramos fazer as coisas bem tranquilas, ao nosso modo".
Sem procurar encontrar um rótulo para o romance, Vanessa define o relacionamento como o mesmo que elas tinham no "BBB14". "Um nome para essa relação seria 'Vamos nos Permitir' [música de Lulu Santos que virou tema de Clara e Vanessa no reality show]" . Vitoriosa com a ajuda da torcida Clanessa, que se formou para ajudar as sisters e irem para a final, a paulistana não teme ter sua imagem dependente à de Clara. "Sem ser minha mãe e minha família, nunca outra pessoa marcou tanto a minha vida. Foi uma coisa muito impactante e modéstia à parte, foi o que salvou o reality com picos de audiência quando a Clanessa se juntava", declara.
"Prefiro que achem que sou homossexual na academia"
Enquanto Clara era a sister mais provocante no programa, sem pudor em mostrar os fartos seios siliconados nas festas regadas a álcool, Vanessa procurava se manter mais comportada, para decepção dos marmanjos que torciam para ela também tirar a roupa. O reality acabou e Vanessa pôde compensar o strip-tease que ficou devendo ao assinar com a edição da revista "Playboy" de julho.
"A maioria das cantadas é das mulheres, até porque acham que sou homossexual. Eu não sou, me considero bi. É igual ao Renato Russo, meninas e meninos"
O assédio, ela garante, só poderia aumentar com as fotos em que aparece nua em cima de um skate. O que chamou a sua atenção, no entanto, foi o entusiasmo que provocou no público feminino. "Principalmente as meninas compraram a revista. Mas as minhas fãs têm muito cuidado comigo, em uma revista elas desenharam uma lingerie e falaram para minha mãe que tinham ciúme da Van pelada. Ficou uma gracinha o desenho", diverte-se.
"Tem algumas atrevidas. Fiz uma balada e a menina me deu selinho, quase enfiou a língua na minha boca. Uma ou outra aperta a bunda. É muito constrangedor isso. Eu fico brava, e se passar dos limites vou falar com os seguranças. Tento ser tão próxima delas e elas fazem isso", lamenta.
Vanessa confessa que recebe muito mais cantadas de mulheres do que de homens, e diz como consegue até tirar proveito da situação em seu dia a dia. "A maioria das cantadas é das mulheres, até porque acham que sou homossexual. Eu não sou, me considero bi. É igual ao Renato Russo, meninas e meninos. Mas não ligo para o que as pessoas achem. Quando estou na academia até prefiro, porque tem um monte de caras babacas que falam, ´nem vou colar nela porque ela é sapatona' (risos). Eu adoro isso", comenta.
Prêmio do "BBB14"
Com R$ 1,5 milhão no bolso, Vanessa tinha uma lista audaciosa de sonhos para realizar: se formar em veterinária, comprar uma chácara e montar uma clínica veterinária. Quase um ano após entrar no "BBB14", ela conta que adiou alguns dos seus planos e afirma que com o cachê da "Playboy", somado ao que ganha fazendo presença vip em eventos, não precisou mexer na bolada, que está aplicada no banco.
A clínica veterinária, que ainda não tem nome e está em fase de reforma, terá também serviço de pet-shop, banho e tosa, hotel para cães e gatos e um espaço para adoção. "Quero fazer mutirões de castração aos domingos e investir em adoção. Amigo a gente não compra, adota. Todos [os pets] têm o mesmo valor", diz a ativista, que continua se engajando na causa animal com o resgate de cães e gatos abandonados nas ruas. A inauguração da clínica está prevista para entre o fim de janeiro e fevereiro.
Com o cachê da "Playboy", Vanessa deu entrada em uma casa mais espaçosa no bairro paulistano de Pirituba, onde mora desde que nasceu, para onde irá se mudar com a família, os gatos e os oitos cachorros. O imóvel antigo ela pretende alugar, a fim de reforçar no orçamento familiar.
"Minha mãe que escolheu a casa porque eu nem tenho tempo, tem uma garagem grande, mais quartos e bastante espaço. Brinco que somos a família buscapé, vai meus avós, duas tias, meu padrasto, eu, minha mãe e os animais", diz ela, que mantém a vontade de adquirir uma chácara quando for possível.