Acidente de Renner vai à Justiça; sertanejo alegou estar "desempregado"
Do UOL, em São Paulo
O acidente envolvendo o sertanejo Renner, 43 anos, da dupla sertaneja Rick & Renner, foi comunicado à Justiça neste sábado (27). De acordo com o delegado Antônio Augusto Rodrigues da Silva, da 27° DP, no Campo Belo, em São Paulo, que investiga o caso, o judiciário deve analisar o caso com urgência ainda este ano. O juiz responsável dará seu parecer sobre a fiança, podendo tanto alterar o valor, quanto pedir a prisão do cantor.
Renner foi detido na manhã de sexta-feira (26), após bater em um carro na Zona Sul de São Paulo. Não houve feridos. O cantor deixou a delegacia por volta das 15 horas depois de pagar R$ 10 mil de fiança. O delegado afirmou ao UOL que o valor foi estipulado segundo informações iniciais da investigação. À polícia, o sertanejo disse que estava "desempregado".
O cantor estaria voltando de uma festa, acompanhado de um rapaz quando colidiu a sua BMW X5 em um Fiat Uno que estava estacionado na Avenida Pedro Bueno, no Campo Belo, por volta das 8h10. Desocupado, o carro foi arrastado por alguns metros. O cantor ainda tentou fugir duas vezes, mas os pneus do carro teriam estourado.
Renner foi submetido ao teste do bafômetro, que apontou 1.0 decigrama de álcool, quase três vezes acima do limite permitido por lei, de 0,36.
O homem que estava no banco de passageiro do carro do cantor prestou depoimento para os policiais e depois foi liberado. Segundo a Polícia Civil, não há confirmação se eles eram amigos. Renner também foi submetido a exame de sangue no Instituto Médico Legal (IML), mas os policiais ainda não tiveram acesso ao laudo.
O cantor foi autuado por embriaguez ao volante e tentativa de fuga. O delegado informou que vai analisar se o documento de habilitação do sertanejo estava mesmo vencida e se informar sobre outra acidente de trânsito envolvendo o sertanejo, datada do dia 20 de agosto de 2001, em Santa Bárbara, quando Renner foi responsável pela morte do engenheiro químico Luís Antônio Nunes Aceto e de Eveline Soares Rossi. O casal trafegava em uma motocicleta no sentido Piracicaba-Campinas quando foram atingidos pela BMW do cantor.
Em nota, a assessoria do músico disse que ele não irá comentar o assunto. "Por ora, ele não se pronunciará a imprensa sobre o incidente ocorrido na manhã desta sexta-feira".
Assista à reportagem do "Brasil Urgente" sobre o caso:
Outros casos
Essa não é a primeira vez que Renner se envolve em um acidente de trânsito. No dia 20 de agosto de 2001, no quilômetro 144 da Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), em Santa Bárbara, Renner foi responsável pela morte do engenheiro químico Luís Antônio Nunes Aceto e de Eveline Soares Rossi. O casal trafegava em uma motocicleta no sentido Piracicaba-Campinas quando foram atingidos pela BMW do cantor.
A rodovia possui pista dupla, mas, ainda assim, o carro do sertanejo ficou desgovernado, atravessou a pista e atingiu o casal, que morreu na hora. Segundo a acusação, ele trafegava em alta velocidade, próximo de 160 quilômetros por hora.
Renner foi condenado a pagar 2 mil salários mínimos (valor que hoje corrigido já estaria perto de R$ 3 milhões) e o prazo para quitar a indenização venceu há quatro anos. Até hoje os familiares das vítimas dizem ter recebido somente cerca de R$ 300 mil por meio da penhora de direitos autorais do músico.
Em 2013, Renner aceitou pagar uma multa de R$ 244 mil, além de prestar serviços comunitários, para se livrar de uma pena de três anos e seis meses de detenção pelo envolvimento dele no acidente. O sertanejo pediu também o parcelamento do valor.
A condenação, de homicídio culposo – sem intenção – constará na ficha criminal do cantor. A sanção financeira será destinada para entidades públicas ou privadas, preferencialmente de educação para o trânsito ou atendimento à vítimas de trânsito, a critério da Vara de Execuções Criminais.
Apesar de a sentença ter sido proferida em outubro de 2007, Renner, até então, não tinha se apresentado ao Judiciário e aceitado pagar a multa. O prazo final para que ele o fizesse venceria em 30 de março. Se não o fizesse, ele seria considerado foragido. Mas, como se apresentou em 25 de fevereiro e aceitou a multa, não será preso.
Em agosto deste ano, familiares das vítimas conseguiram na Justiça bloquear bens do cantor. A medida também foi estendida a empresas ligadas ao sertanejo para evitar que ele deixe de pagar a indenização imposta pela Justiça, segundo a Agência Estado.