Parceiro do filho também na ficção, Fábio Assunção faz 25 anos de carreira

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

  • Alex Palarea/AgNews

    Fábio Assunção comemora 25 anos de carreira em 2015

    Fábio Assunção comemora 25 anos de carreira em 2015

Lá se vão 25 anos desde que Fábio Assunção, 43 de idade, despontou como promessa de galã em "Meu Bem, Meu Mal". Mas não é só pela data marcante que 2015 tem sido especial para ele: entre os motivos de comemoração estão seus atuais projetos, que incluem a temporada final de "Tapas e Beijos", sua segunda direção no teatro e a primeira parceria com o filho mais velho, João, na ficção. 

"Por coincidência, estou fazendo trabalhos muito prazerosos e muito particulares, que estou saboreando muito. Fico feliz, depois de tanto tempo, estar em coisas que eu goste", analisa o ator.

Daqui a um mês, a relação de cumplicidade entre pai e filho ganha a tela grande, no longa "A Magia do Mundo Quebrado". No filme, a mãe do menino vai embora, o que aproxima os personagens. Na vida real, Assunção diz que mantém uma relação estreita com o primogênito, fruto do relacionamento com a empresária Priscila Borgonovi, que terminou em 2004. "Eu me separei da mãe do João quando ele era muito pequeno, temos uma vida independente, as coisas que a gente faz juntos são escolhidas por nós dois. Tem esse paralelo, essa relação de parceria. Sou o pai, mas poucas vezes tive que ter uma autoridade sobre ele", conta.

A ideia de escalar João surgiu durante uma conversa informal com o cineasta José Eduardo Belmonte. Para surpresa do intérprete, o menino aceitou de bom grado dar um tempo em seus dois passatempos favoritos - o futebol e o WhatsApp - para se dedicar ao projeto. "Ele não demonstrou essa ansiedade de ser ator, de ir para a televisão. O João saboreia as coisas. Se eu falar: 'Vamos saltar de paraquedas?', ele diz: 'Vamos!'", conta, aos risos.

Reprodução/Instagram/ro_mulholland e eduardoborem
João, filho de Fábio Assunção, no set do filme "A Magia do Mundo Quebrado", com o pai e parte do elenco

E o desempenho do garoto no set surpreendeu. "Ele é um minigênio, não sei que horas ele decorava o texto, porque sempre que eu o chamava ele já sabia. Quem já viu o filme diz que ele está incrível, muito natural, verdadeiro. Mas o mais legal é eu ter esse registro da minha convivência com ele de uma maneira cinematográfica. É um privilégio, no futuro vou poder ver esse filme e lembrar dessa época", comemora ele, que também é pai de Ella Felipa, de 3 anos.
 
Novo ciclo na televisão

Na TV, o ano de 2015 ainda guarda outro marco para Assunção. Ao mesmo tempo em que encerra um ciclo, com a despedida de "Tapas e Beijos", ele começa outro, ao entrar para o elenco de "Poderosa", que substitui "I Love Paraisópolis" no horário das sete a partir de novembro. O trabalho será sua volta às novelas depois de um longo e conturbado hiato. Em 2008, ele deixou "Negócio da China" alegando problemas de saúde e se internou numa clínica de reabilitação. Em dezembro de 2010, desligou-se de "Insensato Coração" já durante as gravações e foi substituído por Gabriel Braga Nunes no papel de Leo, o grande vilão da trama. Depois disso, fez apenas uma breve participação em "Ti Ti Ti", em 2011.

Por enquanto, o novo personagem é um mistério para o próprio ator. "Gravo a partir de agosto, mas sei muito pouco sobre o papel ainda. Mas vai ser incrível, demais. Vamos embora", brinca ele, que até hoje sente a repercussão de "O Rei do Gado", exibida novamente no "Vale a Pena a Ver de Novo". "É um trabalho que amei fazer, foi muito legal, e está sendo reprisada pela quarta vez, mas sempre tem um retorno incrível. Essa semana mesmo me abordaram dizendo que o meu pai tinha morrido, era o Bruno Mezenga (Antonio Fagundes)", diverte-se ele.

Ainda gravando as últimas aventuras de Jorge em "Tapas e Beijos", Assunção diz que só agora consegue fazer um balanço do trabalho. "A gente começa a ver o que tem nas mãos. O programa não é bom só pra gente, tem um retorno muito feliz, alegre. A série retrata a vida da maioria dos brasileiros, o que causa uma identificação grande, essa coisa de se virar todo mês, de correr atrás das oportunidades. E é muito legal estar com esses atores", afirma.

Diferentemente do início da carreira, em que costumava sofrer para conciliar vários compromissos profissionais, hoje ele prefere se dedicar mais a uma atividade por vez, o que considera um ganho. "Hoje o trabalho ocupa um lugar maior na minha vida, não compartilho mais um projeto com outros seis. Com isso, consigo ver minha peça todos os dias. Eu dirijo o espetáculo, poderia não ir. Mas gosto de fazer a manutenção desse jogo cênico", diz ele, que está em sua segunda experiência como diretor teatral em "Dias de Vinho e Rosas", em cartaz em São Paulo.

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