Ex-namorado de Rock Hudson relembra relacionamento com ator

Do UOL, em São Paulo

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    O ator Rock Hudson manteve em segredo o fato de que era gay

    O ator Rock Hudson manteve em segredo o fato de que era gay

Descrito por Rock Hudson como seu "verdadeiro amor", Lee Garlington, atualmente com 77 anos, falou à revista "People" sobre seu relacionamento com ator em entrevista publicada nesta quarta-feira (15). Os dois ficaram juntos entre 1962 e 1965, época em que a homossexualidade era um grande tabu em Hollywood.

"Ele era um doce. Eu o adorava", disse Garlington, hoje um corretor de ações aposentado. Ele conheceu Hudson em 1962, quando trabalhou como extra em dos filmes do ator. Sabendo dos rumores de que Hudson era gay, Garlington resolveu checar o artista e se posicionou em frente ao chalé dele nos estúdios da Universal, lendo uma revista. "Ele saiu e andou pela rua. Ele olhou para trás uma vez. Foi isso".

Quase um ano mais tarde, Garlington recebeu uma ligação de um amigo de Hudson, perguntando se ele queria conhecê-lo. O primeiro encontro aconteceu na mansão do ator em Beverly Hills. "Eu estava morrendo de medo. Ele era enorme, um monstro. Ele me ofereceu uma cerveja, mas nada aconteceu. Literalmente. Eu estava muito nervoso. Ele disse 'bom, vamos ficar juntos'. E nós ficamos".

"Eu ia para lá depois do trabalho, passava a noite e ia embora na manhã seguinte", disse Garlington. "Eu ia embora discretamente às 6h no meu Chevy Nova e dirigia pela rua sem ligar o motor para que os vizinhos não ouvissem. Nós achávamos que estávamos sendo muito espertos".

Os dois iam a pré-estreias juntos, mas cada um levava uma mulher como acompanhante. "Ninguém com juízo saía do armário. Era um suicídio profissional. Nós todos fingíamos ser heterossexuais. Uma vez, conhecemos Paul Newman e a mulher dele em uma pré-estreia. Ele olhou para mim e sorriu. Eu li no rosto dele que talvez ele soubesse que Rock e eu estávamos juntos. Nós meio que rimos disso".

A discrição em relação ao relacionamento nunca foi pedida pelo ator: "Ele presumiu que eu manteria em segredo e eu mantive. Ele não era paranoico". Só após ter tido sua casa invadida por uma fã, que chegou a dormir em seu quarto, Hudson tomou mais precauções e colocou portões em frente a sua mansão.

Segundo Garlington, os dois costumavam aproveitar o tempo livre em casa e fazendo viagens de carro. "Rock era sempre ele mesmo. Ele dava um beijo na protagonista e eu pensava 'meu Deus, ele faz isso comigo da mesma forma'".

Os dois se separaram em 1965 porque, entre outros motivos, Garlington sentia a necessidade de ter uma figura paterna forte. "Rock não tinha realmente uma personalidade forte. Ele era um gigante amável".

Garlington ficou chocado quando soube, décadas depois, que Hudson estava com AIDS. "Eu liguei para as pessoas que estavam cuidando dele, mas disseram que ele estava tão doente que não se lembraria de quem eu era, e que era melhor eu lembrar como ele era antes".

Garlington contou ainda que se emocionou ao ler na biografia de Hudson, publicada após a morte dele, que havia sido o grande amor do ator. "Eu fiquei sem chão e chorei. Ele disse que a mãe dele e eu éramos as duas únicas pessoas que ele amou. Não tinha ideia de que eu significava tanto para ele".

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