"Quero trabalhar menos", diz Zé de Abreu após comprar apartamento em Paris

Amanda Serra

Do UOL, em São Paulo

De férias da TV desde o remake "O Rebu", José de Abreu, que completa 69 anos no dia 24 de maio, aproveitou o período para passar oito meses em Paris. Com vontade de curtir o anonimato e dar um tempo no trabalho, o ator comprou um apartamento no bairro de Marais na França, conhecido por concentrar um grande número de artistas.

"Em seis meses meus quatro filhos e os quatro netos foram me visitar. Talvez se eu tivesse comprado uma casa em Búzios eles não tinham ido [risos]. Agora minha neta quer comemorar os 12 anos lá. A ideia era essa, reunir todo mundo", contou Zé em conversa com o UOL.

Com pouco talento para as finanças, o ator preferiu usar uma economia que tinha guardada para comprar um imóvel e já pensa em se dividir entre o Brasil e a França.

Acabei economizando um dinheiro, porque se deixo no banco acabo gastando. Consegui um financiamento de 10 anos, vou pagar 2% de juros ao ano. Um terço dos juros do Brasil. Penso em me dividir nos dois lugares. Quero trabalhar menos", afirmou ele, que além de uma novela está produzindo um documentário e um longa-metragem.

Arquivo Pessoal
José de Abreu posa em um campo de canola, nos arredores de Giverny, nos Jardins de Monet, na França

Durante a temporada em Paris, Zé estudou francês durante quatro horas por dia e sozinho mobiliou o apartamento com um quarto, sala e cozinha. "Não falava nada, agora meus amigos dizem que está bom [idioma]. Quando esqueço alguma palavra falo em inglês". Além dos colegas que fez por lá, ele também visitou diversos museus, participou de leilões, comprou esculturas e diversos quadros, entre eles um do fotógrafo brasileiro Bob Wolfenson.

"Foi uma loucura da minha cabeça! Estava em Buenos Aires com um amigo francês e um argentino, quando me veio essa ideia [comprar um apartamento]. Pensei em comprar na Argentina, queria um lugar onde eu pudesse andar na rua e ninguém me reconhecesse. Minha vida ficou muito difícil depois do Nilo ["Avenida Brasil"], aumentou muito o nível de exposição. Depois vi que estava conhecido em Buenos Aires também... Aí pensei em Lisboa (Portugal), mas sou mais conhecido lá do que aqui. Fiquei entre Barcelona e Paris. Paris foi mais fácil. Me sentia um boneco sendo manipulado pelo destino. Tudo deu certo", disse Zé.

Por conta do vilão Ernest Hauser de "Joia Rara", o ator conseguiu um visto de três anos por Competência e Trabalho cedido para quem pode favorecer a França intelectualmente. "Nem sabia que existia isso. Aí quando fui pedir o meu visto, conversei com o cônsul, ele elogiou o meu trabalho, falou que assistia à novela todos os dias para aprender português e aí falei da ideia do meu documentário", contou.

"Pessoal velho que está jovem"
Além de estrear na pele do milionário Gibson Stewart na próxima novela das nove "A Regra do Jogo", de João Emmanuel Carneiro, Abreu está produzindo um documentário baseado no livro "A História do Brasil pelas ruas de Paris", que reúne obras de Santos Dumont, Oscar Niemeyer, artistas que contribuíram para França de alguma forma. O roteiro será do escritor Fernando Morais.

Minha vida ficou muito difícil depois do Nilo ["Avenida Brasil"], aumentou muito o nível de exposição. Me sentia um boneco sendo manipulado pelo destino. Tudo deu certo diz o ator José de Abreu

Além disso, ele deve estrear na comédia "Boa sorte Velho" da Popcorn Filmes. A ideia surgiu durante um bate-papo com a produtora Tatiana Quintella. "Falei para ela que gostaria de fazer um filme sobre o pessoal velho que está jovem, minha geração. Vou fazer 69 anos dia 24, mas já estou pensando nos 70, pois termino os 69, [apesar de completar]. Tem uma geração de atores que estão por aí... Pensei na velharia toda! Vera Holtz já está confirmada. Tem o Ney Latorraca, Marco Nanini, Roberto Bonfim", contou ele, que deve começar a gravar só em 2016.

Solteiro desde que terminou o casamento com a psicóloga Camila Paola, Zé afirmou que está bem sozinho. "Quero experimentar a solidão, foi tão bom ficar só em Paris. Não conheci francesa, nem brasileira, ninguém", disse.
 

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