Junior Lima lança primeira exposição fotográfica: "Sou meio Bombril"
Beatriz Amendola
Do UOL, em São Paulo
Junior Lima fez sucesso como músico e cantor, mas resolveu investir em novas áreas em 2015: estreou como apresentador de um programa na internet e, nesta terça-feira (16), lança sua primeira exposição fotográfica, "Faces", em cartaz na Matilha Cultural, no centro de São Paulo.
"A gente faz de tudo um pouco, é meio Bombril", brincou Junior em entrevista ao UOL. "Tem muito a ver comigo. Eu sou bastante eclético nas minhas coisas, tanto na música quanto na arte. Fotografia é uma parada com que eu tenho flertado como hobby há uns dez, 11 anos. E já dirigi show, DVD, videoclipe. Acho que na arte é tudo muito próximo, tudo se mistura, por isso que gosto de dar essa transitada".
A exposição contará com cerca de 40 imagens feitas por Junior, sendo dez delas com intervenções do artista plástico e grafiteiro André Gonzaga Dalata, que foi parceiro do músico no projeto e também exibirá trabalhos próprios na exposição. "A vida meio que trouxe isso pra gente. Quando a gente viu, estava acontecendo. Ele vai fazer umas interferências em algumas fotos minhas".
Dentre as imagens, há retratos como o da mulher, a modelo Monica Benini, e cliques de destinos visitados pelo músico, como Fernando de Noronha, Estados Unidos, Tailândia e Camboja. "A exposição foi meio um garimpo mesmo, foi uma coisa me cima da hora, de improviso. É um garimpo de retratos, paisagens, cenas cotidianas, gosto de fotografar", contou Junior, que prefere fotografar pessoas.
Selecionar as imagens para a exposição não foi uma tarefa fácil. "Tinha vontade de fazer a exposição, mas não tinha nada concreto, então foi ficando tudo bagunçado, cada foto dentro da sua pasta, foi um garimpo. Devo ter olhado umas 7 mil fotos. Primeiro, fiz uma seleção de cento e tantas, diminuí pra 80, e ficou impossível. Aí chamei meu amigo, o Cezinha [Cézar Ovalle, fotógrafo]. Chega uma hora que você tem muito apego a sua obra e tem dificuldade de escolher, aí eu falei para ele: 'Vai sem dó'".
O resultado final compensou para Junior, que nunca havia revelado suas fotos artísticas antes da exposição. "Revelava mais coisas de casal, de viagem. Na minha casa não tem nenhuma foto minha. É a primeira vez que estou revelando mesmo. Nunca tinha parado para pesquisar laboratório para revelar com a qualidade que queria, aí fui atrás de todos os contatos quando surgiu a exposição. Ver a mesma foto com um metro [de comprimento] é outra sensação. fiquei emocionado quando peguei minhas fotos".
Paixão pela fotografia
O interesse pela fotografia começou cedo, quando ele ainda era adolescente. "Criança gosta de tirar foto, pegar câmera, e eu ouvia 'Ah você tira foto direitinho'. E quando eu era adolescente, isso ficou na minha cabeça. No começo, fui supercru, mas comecei a desenvolver a partir daí", lembrou o músico. Na época, a mãe Noely deu um empurrãozinho: ela decidiu fazer um curso para fotografar Junior e a irmã, Sandy, no palco, e ele aproveitou os conhecimentos dela.
"Um dia, cheguei pra ela e perguntei 'O que você está aprendendo lá?'. Ela me contava 'Ah, aprendi como controlar a abertura de luz'. E ela tinha comprado uma câmera analógica e não se adaptou – era uma Pentax com duas lentes. Ela perguntou se eu queria e eu respondi 'Quero!'. E comecei a fazer um samba com aquilo. Aí eu fui desenvolvendo, e com o tempo estava dando dicas para a minha mãe".
Fã de fotógrafos como Sebastião Salgado e Cartier Bresson, Junior nunca fez cursos de fotografia. "Fui meio autodidata mesmo, na cara e na coragem", contou ele, que também pega dicas com os amigos que seguem a profissão.
Hoje, a câmera analógica está aposentada, mas o músico faz muitos cliques com a câmera digital e com o celular. "No meu dia a dia, eu faço mais coisas para o meu Instagram, aí é tudo de celular. Onde eu estou, tiro o celular do bolso e fotografo. Meu celular é lotado de fotos. Quando eu vou viajar para um lugar que é mais interessante, eu levo minha câmera".
Serviço
"Faces"
Quando: A partir de 16 de junho. Terça-feira a domingo, das 12h às 20h, exceto sábados, das 14h às 20h
Onde: Matilha Cultural. Rua Rego Freitas, 542, São Paulo. A partir de 16 de julho, parte do acervo segue para a Luiz Maluf Art Gallery
Quanto: Grátis