Maroni diz que irá fundar a "religião do prazer"; conheça os mandamentos

Felipe Pinheiro

Do UOL, em São Paulo

Colecionador de polêmicas, o empresário Oscar Maroni pretende agora se dedicar a uma nova atividade: a fundação de uma religião. Dono da casa noturna Bahamas, em São Paulo, ele diz que seu próximo "negócio" terá o sexo como "ponto central" e pensa em provisoriamente usar o estabelecimento como "templo".

"Quero lançar uma religião baseada no hedonismo, afinal o ser humano veio ao mundo para aproveitar os prazeres da vida. Bens materiais, por exemplo, serão importantes nesta minha religião", afirmou em entrevista ao UOL.

A exemplo do Judaísmo, do Cristianismo e do Islã, três das maiores religiões monoteístas da atualidade, a doutrina de Maroni terá também os seus pilares (os "Mandamentos", veja abaixo) e um peculiar "livro sagrado", que ele prefere chamar apenas de "Manual". O assunto é tratado com tanta seriedade que ele diz estar selecionando professores da Universidade de São Paulo (USP) em áreas distintas, como filosofia, teologia e psicologia, para a elaboração do livro.

O empresário explica que é preciso fundamentar os princípios de sua doutrina de uma forma que haja diálogo com os tempos atuais. E, mesmo em se tratando da formalização de uma crença, o "sacerdote" Maroni mostra que continuará ácido em seus comentários: "Não posso me basear em uma religião de dois mil anos atrás, de caras que ficavam no meio do deserto falando várias abobrinhas".

"Eu acredito na física, na química e na teoria da evolução do Darwin. E acredito também no amor ao próximo", defende. "E vou usar de uma  vantagem que Jesus Cristo não tinha, as redes sociais", completou.

Ainda citando Cristo, sua principal referência na nova empreitada, Maroni diz, em tom de sarcasmo: "Jesus era fabuloso e tenho com ele três pontos em comum: o amor ao próximo, a liberdade e ele amava uma garota de programa da época, Maria Madalena, eu amo todas".

Enquanto estuda com seu contador como poderá viabilizar seu novo projeto, o empresário analisa transformar o Bahamas em templo até poder adquirir um local específico. "O Bahamas é um centro de entretenimento para adultos, que oferece o prazer da carne e a descontração entre amigos. Outro dia altos executivos estavam batendo papo. Na minha religião, o sexo será um ponto central", apontou.

Com formação em psicologia, o "homem do prazer" postula se basear no behaviorismo – conjunto de teorias sobre o comportamento humano – para a fundação de sua religião e não perde a oportunidade de criticar líderes evangélicos com ideias radicais no diz que respeito à união entre pessoas do mesmo sexo.

"Na faculdade, aprendi que as duas maiores fontes de prazer do ser humano, que controlam o comportamento, são o alimento e o sexo. Sexo é bom, saudável e gostoso. Pastores como Silas Malafaia e Marco Feliciano não têm o direito de querer administrar os ânus dos homossexuais ou as línguas das lésbicas. Na minha religião pretendo defender a liberdade", disse.

Reprodução/Rede Record "Quando o homem passa por uma injustiça, ele se torna frio ou com mais necessidade de justiça. Essa é a minha semelhança com o Edir Macedo. Assim como eu, ele também foi preso. Pode parecer piegas, mas o que eu quero é um mundo mais justo. Não preciso mais de dinheiro" Empresário Oscar Maroni, sobre a fundação de sua própria religião

Inspiração em Raul Seixas
As ideias de um nome para sua religião – que ele deixa claro, não se trata de uma igreja – são várias e ainda estão sendo analisadas. O importante é que traga alguma referência à liberdade.

"Ainda estou pensando, hoje li que o dono da Rolex demorou seis meses para escolher o nome. Pode ser que se chame Freedom ou quem sabe Homens Livres. Amo um homem chamado Raul Seixas, por isso Sociedade Alternativa também seria um bom nome", refletiu.

A pretensão do empresário é ir longe com o projeto "espiritual" – a ponto de, quem sabe, se aproximar em importância de Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, uma das maiores denominações neopentecostais da América Latina. 

"Quero fazer uma sociedade mais justa, mais livre. É o sentimento de injustiça que me motiva. Quando o homem passa por uma injustiça, ele se torna frio ou com mais necessidade de justiça. Essa é a minha semelhança com o Edir Macedo [líder da Igreja Universal do Reino de Deus]. Assim como eu, ele também foi preso. Pode parecer piegas, mas o que eu quero é um mundo mais justo. Não preciso mais de dinheiro", afirmou.

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