Fox Sports pode entrar em pacote básico e exibir F1

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin

Boa notícia para o consumidor, má notícia parra a Globo. Se a negociação correr da forma que o Grupo Fox prevê, seu novo canal esportivo na TV paga, o Fox Sports, pode entrar de forma gratuita em simplesmente todos os pacotes de assinatura no país, independentemente do preço e do pacote.

Se isso ocorrer, o Fox Sports se tornará o maior concorrente e ameaça já enfrentados pela Globosat, que sempre teve hegemonia com seus canais SporTV.

Mas o que a Globosat estaria mesmo temerosa, segundo Ooops! apurou, é que a Fox passe a exercer seu direito de transmissão (e exclusividade) em esportes como a Fórmula 1, lutas de boxe e o UFC –os dois primeiros há décadas exibidos somente pela Globo e seus canais pagos.

A princípio, o Fox Sports informou que não veio ao Brasil para destruir os concorrentes, mas executivos da Globosat sabem que essas promessas são temporárias e mudam ao sabor do mercado e de interesses.

OUTRO LADO

"A Globosat respeita a concorrência, mas prefere não se manifestar sobre suposições a respeito das negociações de direitos de transmissão."

Quem é Legal

Área técnica da Globo (Sonorização do Festival Promessas)

Todo mundo elogia artistas e estrelas, mas quase ninguém se lembra de elogiar a área técnica. E a da Globo é realmente merecedora de mesuras. Impressionante a qualidade visual, de luz e, principalmente, de som. O festival gospel "Promessas", exibido no último sábado, não tinha tantas estrelas, mas foi uma lição de equalização profissional, que dificilmente outra emissora poderia reproduzir. Incrível a qualidade e textura captados a despeito de algumas bandas terem mais de seis vozes, alguns momentos cantando ao mesmo tempo. Pois era possível ouvir voz por voz..

Do ponto de vista de qualidade de conteúdo, porém, em seu primeiro festival gospel a Globo pecou (com trocadilho) por ignorar as maiores estrelas do estilo, que não fazem parte da Som Livre, bem como não trouxe nenhuma atração internacional, que seria um grande chamariz de público.

Quem Irrita

Globo cobrindo esportes envolvendo o Brasil

Já virou rotina: antes de qualquer jogo envolvendo Brasil ou times brasileiros versus estrangeiros, como domingo, no Japão, a cobertura da Globo tem um tom ufanista, exageradamente esperançoso, tudo é oba-oba e confetes. Aí, quando o representante brasileiro leva um baile, como ocorreu com o Santos contra o Barcelona, o tom e o volume de voz da cobertura geral da emissora muda drasticamente. Aí é que cai a ficha, somente aí a equipe parece voltar aos braços da razão.

A verdade é que, editorialmente, o jornalismo esportivo da Globo é repetitivo, fraco, sem criatividade e até os maneirismos de entonação de voz dos repórteres é o mesmo. Na verdade, às vezes parece até que todo mundo na Globo imita o (bom repórter) Tino Marcos.

Está na hora de um "choque de padrão" Globo também em campo. Está na hora de o jornalismo esportivo se reinventar. E antes da Copa de 2014, please.

 

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin é colunista do UOL desde 2004. Trabalhou por 21 anos no Grupo Folha, como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos.

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