Reuters O príncipe Harry na porta da Capela Real |
LONDRES - O Reino Unido lembrou hoje os 10 anos de morte da princesa Diana com uma cerimônia religiosa em sua homenagem na Capela Real, em Londres, na qual o príncipe Harry a apontou como "a melhor mãe do mundo".
A rainha Elizabeth 2ª, o príncipe Charles e 30 membros da família real, muitos dos quais tinham sentimentos diferentes sobre a figura da princesa, participaram da missa seguida por centenas de pessoas do lado de fora do templo, no St. James Park.
Durante a cerimônia, o príncipe Harry, de 22 anos, declarou que sua mãe "fez a nós e a muitos outros felizes". O bispo de Londres, o reverendo Richard Chartres, pediu para a imprensa colocar um ponto final na "perseguição" a Diana "e deixá-la descansar em paz". Para ele, a memória de Diana "não deve servir para marcar pontos" controvertidos. "Terminemos isso hoje, aqui", disse ele.
Pouco antes e em uma mensagem pessoal, Harry disse que a morte de sua mãe "foi indescritivelmente chocante e triste" e que mudou sua vida e de seu irmão "para sempre". "Quando ela estava viva, nós subestimamos completamente seu grande amor pela vida, seu sorriso, sua alegria e sentido de graça", afirmou o terceiro na linha de sucessão da Coroa. "Pensamos nela todos os dias. Falamos sobre nossa mãe e rimos das lembranças compartilhadas", acrescentou.
O príncipe William leu anteriormente o Salmo 23 da Bíblia em homenagem à mãe. Durante a cerimônia estiveram presentes o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, seu antecessor, Tony Blair, e o ex-premier John Major. Quem não participou foi a esposa de Charles, Camilla Parker Bowles, que preferiu ficar na mansão de Wiltshire para evitar o assédio da imprensa. A missa incluiu várias canções e hinos favoritos de Diana, entre eles obras dos compositores Rachmaninov e Mozart. A irmã da princesa, Sarah McCorquodale, também leu uma oração exaltando sua figura.
Ex-empregados da princesa, suas damas de honra assim como representantes das 110 organizações benéficas que ela ajudava também estiveram presentes. O dono da rede londrina Harrods, Mohamed Al-Fayed, cujo filho Dodi morreu no acidente automobilístico junto a Diana, fez um tributo pessoal com dois minutos de silêncio e a colocação de flores em uma capela construída dentro da loja. Além da missa em Londres, outras celebrações aconteceram nas catedrais de Manchester, Bristol, Aberdeen e Cardiff.
Centenas de pessoas do lado de fora da capela aplaudiram a família real na entrada e na saída da missa, e muitos choraram durante as palavras pronunciadas por Harry. Diana também foi homenageada em sua última residência, o Palácio de Kensington, e na casa dos Spencer, a mansão de Althorp, onde flores, cartas e cartões comemorativos foram deixados.
Em Althorp, no condado de Northampton, o irmão da princesa, o conde Carlos Spencer, convidou alguns grupos e organizações que trabalharam com Diana, como Barnado's, English National Ballet e National Aids Trust, a visitar o mausoléu onde estão enterrados os restos mortais da princesa. Seus seguidores deixaram ramos de flores e cartas na entrada do Palácio de Sandringham, no centro da Inglaterra, uma das residências preferidas da rainha Elizabeth II.
Diana, de 36 anos, seu noivo, o multimilionário egípcio Dodi Al-Fayed, de 42, e o motorista de ambos, o francês Henri Paul, morreram na noite de 31 de agosto de 1997 quando o carro em que viajavam bateu contra a décima terceira coluna do túnel da Ponte de l'Alma no centro de Paris, na França.
A morte de Diana e Dodi será o centro de uma causa judicial na Corte Suprema de Londres que em outubro determinará se o casal morreu como conseqüência de um acidente automobilístico ou se foi vítima de um plano de assassinato idealizado pela Coroa britânica e executado pelos serviços secretos daquele país.