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18/03/2008 - 16h43

"Sou esculhambado, nada vaidoso", diz Odilon Esteves, que vive travesti em "Queridos Amigos"

PopTevê

Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

O ator Odilon Esteves, que faz o travesti Cíntia, em "Queridos Amigos"

O ator Odilon Esteves, que faz o travesti Cíntia, em "Queridos Amigos"

Odilon Esteves levou um susto ao receber o convite para fazer o teste para o travesti Cíntia em "Queridos Amigos", da Globo. "A princípio, fiquei com um pé atrás. Porque o travesti, seja no teatro besteirol ou na TV, costuma aparecer de forma preconceituosa", confessa. Mas, depois de conhecer direitinho o perfil da personagem, o ator mineiro mudou de idéia.

"Também fiquei tranqüilo quando soube que seria uma minissérie da Maria Adelaide Amaral, com direção da Denise Saraceni. Não queria fazer algo que reforçasse o preconceito", acrescenta o ator, que foi convidado para o papel por conta de sua atuação no longa "Batismo de Sangue", de Helvécio Ratton.

Uma vez decidido a tentar o papel, Odilon fez o teste e passou. A partir daí, debruçou-se na pesquisa de documentários e na leitura de livros sobre o assunto, já que "queria construir uma imagem diferente do travesti de calçadão e de boate", justifica. "Um dia acordei imaginando a Cíntia achando mulher a coisa mais linda do mundo. E de tão apaixonada por elas, queria ser uma delas", conta o ator, formado em Artes Cênicas pela UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais, e integrante do grupo teatral Cia. Luna Lunera.

Para Odilon, o mais difícil até agora tem sido dar realidade à personagem, tamanho é o desejo dela de pertencer ao universo feminino. Por isso, ele não se faz de rogado e procura se inteirar de tudo que diz respeito às mulheres. "A Cíntia corre atrás de uma feminilidade que outras mulheres da trama nem buscam mais. Tanto que no segundo capítulo ela já diz que quer ter um filho", avalia o ator, que para encarnar o sensível travesti não se importou em colocar um aplique no cabelo, depilar as pernas e as axilas e deixar as unhas crescerem.

Nome - Odilon Esteves Lima Neto.
Nascimento - 8 de novembro de 1978, em Teófilo Otoni, Minas Gerais.
Na TV - "Programas de entrevista e documentários".
Ao que não assiste na TV - "Programas sensacionalistas de sangue, como o 'Aqui Agora'".
Nas horas livres - "Vou ao cinema".
No cinema - "Central do Brasil", de Walter Salles.
Música - "Todo o Sentimento", de Chico Buarque.
Livro - "Lavoura Arcaica", de Raduan Nassar.
Prato predileto - "Como de tudo. Sou daquele tipo que não reclama nunca da comida".
Perfume - "Não uso perfume".
O melhor do guarda-roupa - "Um agasalho. Sou friorento".
Homem bonito - Marlon Brando.
Mulher bonita - Julia Roberts.
Cantor - Chico Buarque.
Cantora - Mercedes Sosa.
Ator - Antônio Nóbrega.
Atriz - Fernanda Montenegro.
Escritor - Guimarães Rosa.
Arma de sedução - "Não tenho. Sou pouquíssimo sedutor", conta, entre risos.
Programa de índio - "Boate".
Melhor viagem - Buenos Aires.
Sinônimo de elegância - "Fernanda Montenegro".
Melhor notícia - "Isso é muito relativo. O Programa Bolsa Família, por exemplo, seria uma notícia boa. Mas hoje, na minha cidade, tem uma geração de crianças que só nasceram por causa dele. Isso é uma boa notícia?", argumenta.
Inveja - "Da espontaneidade dos baianos".
Ira - "Ingratidão".
Gula - "Chocolate. É um problema sério".
Cobiça - "Trabalhar a vida inteira".
Luxúria - "Sexo sempre".
Preguiça - "Gente que fala muito e faz exatamente o contrário me dá uma preguiça imensa".
Vaidade - "Sou esculhambado, nada vaidoso".
Mania - "Não tenho".
Filosofia de vida - "Tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranqüilo", da música "Coração Tranqüilo", de Walter Franco.

(por Carla Neves)

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