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17/03/2009 - 17h16

Clodovil morre em Brasília, na tarde de hoje

Da Redação
O hospital Santa Lúcia, em Brasília, anunciou hoje a morte cerebral do deputado federal, ex-apresentador de televisão Clodovil Hernandes (71), internado ontem após sofrer um AVC (acidente vascular cerebral).
  • Alan Marques/Folha Imagem

    O deputado federal e ex-apresentador de TV Clodovil Hernandes teve morte cerebral às 16h

Clodovil se submeteu hoje a uma série de exames para diagnosticar a gravidade da lesão cerebral. O hospital suspendeu a divulgação do boletim que estava previsto para as 13h. Em vez disso, marcou uma entrevista coletiva para as 16h para anunciar a morte cerebral.

No boletim da manhã, o hospital informava que o estado de saúde de Clodovil era de extrema gravidade, que ele respirava por aparelhos e que seus sinais vitais eram mantidos por meio de medicamentos e equipamentos.

Clodovil foi internado às 8h17 de ontem e passou por um procedimento de inserção de cateter para reduzir o coágulo no cérebro. Ele foi encontrado desacordado por volta das 7h, de bruços no chão, por assessores.

Os problemas de saúde de Clodovil começaram a surgir em 2005, quando ele foi diagnosticado com câncer de próstata. Ele retirou o tumor em uma cirurgia e não precisou fazer tratamentos complemantares.

O enterro acontecerá no cemitério do Morumbi, em São Paulo. Nesta terça, o corpo de Clodovil será velado no Salão Negro da Câmara dos Deputados, em Brasília, por cerca de duas horas. Em São Paulo, o corpo também será velado na Assembleia Legislativa.

Polêmico

Clodovil ficou conhecido na década de 1960 como estilista rivalizando com Dener Pamplona de Abreu (1936-1978) a atenção para a primeira geração de importantes estilistas brasileiros. Já na década de 1980, Clodovil tornou-se uma das principais atrações do "TV Mulher", da Rede Globo. Comandado por Marília Gabriela, o programa tinha como atrações a participação do cartunista Henfil e da sexóloga Marta Suplicy (bem antes de ela seguir carreira política). Muitos anos depois, Clodovil criticaria o projeto de união civil homossexual, apresentado por Marta quando deputada federal.

No início da década de 1990, foi contratado pela antiga Rede Manchete para apresentar o programa "Clodovil Abre o Jogo". Na televisão, ficou famoso por alguns bordões, entre eles o de pedir para seus entrevistados que "olhassem para a câmera da verdade" para responder a alguma pergunta mais difícil.

Em 2001, passou a apresentar o programa "Mulheres" na TV Gazeta e em 2003, Clodovil foi contratado para comandar o programa vespertino "A Casa é Sua" pela RedeTV!. No programa, referiu-se à vereadora petista e militante do movimento negro Claudete Alves como "macaca de tailleur metida a besta". A vereadora entrou com uma queixa-crime alegando ato racista, que resultou em dois processos criminais no Tribunal de Justiça de São Paulo contra Clodovil.

Ainda na RedeTV!, Clodovil foi o alvo preferido das brincadeiras provocativas dos membros do programa "Pânico na TV!", exibido na mesma emissora. Sem espaço na mídia, Clodovil candidatou-se ao cargo deputado federal por São Paulo nas eleições de 2006. Com slogans que faziam referências explícitas a sua homossexualidade ("Vocês acham que eu sou passivo? Pisa no meu calo para você ver...", ou ainda dizendo que seu número era o 3611, porque 24 já era, o negócio era "um atrás do outro"). O ex-apresentador de televisão foi o terceiro deputado mais votado em todo o Estado.

Em maio de 2007, o deputado bateu boca no plenário com a deputada Cida Diogo (PT-RJ), durante sessão da Câmara. A discussão teve início quando Clodovil afirmou que "as mulheres ficaram muito ordinárias, vulgares, cheias de silicone" e que as mulheres na atualidade "trabalham deitadas e descansam em pé".

Após ser questionado pela parlamentar sobre a declaração, Clodovil afirmou: "Digamos que uma moça bonita se ofendesse porque ela pode se prostituir. Não é o seu caso. A senhora é uma mulher feia", disse.

Ao longo de seu mandato, Clodovil foi titular nas comissões de Educação e Cultura e Relações Exteriores e de Defesa Nacional, e suplente na comissão de Seguridade Social e Família. Atualmente é titular da comissão de Direitos Humanos e Minorias.

(Folha de São Paulo e UOL Notícias)

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