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16/04/2010 - 04h15

"É preciso se ouvir para ser feliz", diz a atriz Dira Paes em seu retorno aos palcos

Do UOL, no Rio
  • Fernanda Fernandes

    Os atores Dira Paes e Otto JR na pré-estreia da peça "Caderno de Memórias" , no Fashion Mall, no Rio de Janeiro (15/4/10)

“Eu vi a porta aberta e entrei...”, diz Suzanne, personagem da atriz Dira Paes, na comédia romântica “Caderno de Memórias” que teve pré-estreia na noite de quinta-feira (15), no Fashion Mall, em São Conrado, no Rio de Janeiro.

 “A Suzanne é uma mulher muito diferente de mim”, analisa Dira Paes, casada há cinco anos com o cineasta Pablo Baião, mãe de Inácio, que faz dois anos, no dia 23 de abril. A atriz conta que está realizada na função de mãe e adoraria engravidar novamente.

Já Suzanne tenta se esquivar do amor, garante que não quer se casar e também não pensa em ter filhos.

Com texto do roteirista francês Jean Claude Carrière e direção de Moacyr Góes, a peça  mostra as dificuldades de um relacionamento amoroso cercado de encontros e desencontros. “Acho que a tolerância na vida a dois diminuiu muito. As pessoas não sabem para onde vão. Se estão com alguém, querem ficar solteiras. Se estão solteiras, querem encontrar alguém,” avalia Dira.

Longe dos palcos há cinco anos, a atriz entende que há uma expectativa da sociedade para que as pessoas se casem e formem suas famílias, mas cada um precisa se descobrir. "Acho que, necessariamente, é preciso se ouvir para ser feliz. É preciso se reinventar. Temos que perceber o que a gente não gosta, o que não combina e amadurecer. Mas, acho que na solidão, ninguém é feliz."

Após o sucesso da Norminha, na novela “Caminho das Índias”, Dira diz que a sua nova personagem lhe dá a oportunidade de mostrar um trabalho diferente. “A Norminha tinha particularidades muito dela. Já a Suzanne é uma personagem contemporânea. Nas ruas, há muito mais Suzannes do que Norminhas”, afirma a atriz.

O ator Otto Jr,  parceiro de Dira no palco, acredita que a partir da conquista da independência das mulheres, muita gente acabou ficando sem saber como lidar com as relações amorosas.  “O texto é de 1968 e continua atual. A gente consegue identificar esses personagens no nosso dia a dia. Há muitos homens e mulheres que vivem esses embates. Na peça, há o encontro, mas não a fusão.”

A atriz Grazi Massafera diz que se identificou em diversos momentos da peça. “É normal em qualquer relação existir questionamentos. Acho que para dar certo, o mais importante é o respeito. As pessoas estão se fechando cada vez mais, poderiam tentar buscar entendimento ao invés de se armar. A gente tem que se permitir viver novas oportunidades que aparecem ao longo da vida.”

O ator Anderson Müller, que fez o marido de Norminha em "Caminho das Índias", garante que não ficou com ciúmes ao vê-la nos braços de Otto Jr durante a montagem. “Fico orgulhoso. O casal (Dira e Otto) funcionou muito bem. Há cumplicidade, química e sensibilidade. Eles estão ótimos. O texto é maravilhoso, bem atual”, diz Müller.

Para a atriz Christine Fernandes, os dilemas amorosos e as dificuldades de entrega das pessoas não são questões só dos dias atuais. “Os problemas amorosos sempre existiram. Senão, não teríamos os romances, os poetas. É o que move o mundo... Sonhos, sexo e amor.”
 

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