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13/05/2010 - 17h21

"Agora é que estou vendo o real valor de um bofe", diz Claudia Jimenez em entrevista

FÁBIA OLIVEIRA
Do UOL, no Rio

Buda Mendes/UOL

Claudia Jimenez posa na redação de

Claudia Jimenez posa na redação de "A Vida Alheia" (18/3/10)

Ela já passou dos 20 aninhos, mas vive a vida intensamente. Também está longe dos 50 quilos almejados pela maioria das mulheres. Apesar disso, mantém sua auto-estima onde deve estar: na estratosfera. Claudia Jimenez assume seus 51 anos, sabe que está fora do estereótipo de mulher gostosa, mas não se deixa abater e mostra - com muita sinceridade - nesta entrevista, que sabe se dar valor. "Mesmo fora dos padrões, posso ser amada", assegura a intérprete de Alberta Peçanha em "A Vida Alheia".

Para fazer a editora de uma revista de celebridades, Claudia foi a campo e passou uma semana em uma redação especializada no assunto. Mas nem precisaria. Com 31 anos de carreira - a estreia da atriz na televisão aconteceu em 1979, no seriado "Malu Mulher" -, ela conhece bem o trabalho da imprensa. E, de cadeira, avisa: "Jamais seria jornalista. Não tenho a paciência de vocês para ficar esperando alguém sair do restaurante, por exemplo". 

UOL - Você está no ar em "A Vida Alheia" como Alberta Peçanha, editora de uma revista de celebridades. Como é a sua relação com a imprensa?
Claudia Jimenez -
Levo tudo na brincadeira. Na minha opinião, imprensa e artista vivem juntos. Quando a gente vai lançar uma peça de teatro, precisa da imprensa. E a imprensa também precisa da gente. Minha vida é um livro aberto e nunca tive problemas com jornalistas. Acho que a imprensa vai atrás de gente hipócrita, que diz uma coisa e faz outra. Não sou alvo de maldades. Meu trabalho nesse programa é uma homenagem. Vejo os repórteres na porta dos eventos. Eu, quando estou dando uma festa, mando um pratinho para os jornalistas que estão do lado de fora. Adoro ser fotografada.

UOL - Ao contrário de muitos atores da televisão, você não tem uma assessoria de imprensa. Por quê?
Claudia Jimenez -
Acho isso uma cafonice. Quando eu tenho uma foto boa, eu mesma mando para as redações. São sempre fotos divertidas, de viagens em grupo. Vejo a imprensa como uma parceira. A única coisa que me incomodaria na vida em relação à imprensa seria se eu tivesse enterrando meu pai e viesse um paparazzi para tirar foto.

UOL - Ser alvo dos fotógrafos te incomoda?
Claudia Jimenez -
De forma nenhuma. Eu até gosto. Só peço para não me pegar de lado, por causa do papo. [risos]

Quando estou dando uma festa, mando um pratinho para os jornalistas


UOL - Na série, Alberta tem um caso com Tom, papel de Guilherme Trajano. Fora dos estúdios,  vocês dois já foram vistos juntos em alguns eventos no passado. Como é trabalhar com um ex?
Claudia Jimenez -
A gente se conheceu antes das gravações, deu uns beijos aí... Mas agora somos só amigos. Na verdade, dou muito beijo. Estou com 51 anos e  não tenho mais tempo para esperar, gente! Tenho que correr atrás do prejuízo. Já namorei algumas mulheres e agora é que estou vendo o real valor de um bofe. Pena que só descobri agora, aos 50 anos. Mas a única pessoa que amei na vida foi a [personal trainer] Stella Torreão. Agora estou apegada ao material humano masculino.

UOL - Você pensa em se casar com um homem?
Claudia Jimenez -
Não penso em morar junto com ninguém. Não neste momento. Para mim, a melhor coisa é cada um ter a sua casa. Acho legal a pessoa vir te buscar e não saber com que roupa você vai estar.

UOL - O que um homem tem que fazer para te conquistar?
Claudia Jimenez -
Gosto que abra a porta do carro pra mim.  O primeiro homem que namorei foi o Rodrigo Phavanello. Foi meu primeiro beijo hétero. A gente namorou um ano e foi uma grande paixão. Hoje ele é meu amigo. A gente se fala por telefone sempre.

  • AgNews

    Cláudia Jimenez é flagrada beijando o ator Rodrigo Phavanello em restaurante no Rio (fev/2008)



UOL - Você viveu com a personal trainer Stella Torreão durante dez anos. Que importância ela teve para a sua vida?
Claudia Jimenez -
Stella me fez acreditar que eu, mesmo fora dos padrões, poderia ser amada. Até por um homem mesmo. As pessoas não sabem a beleza que pode ter em uma relação do mesmo sexo. E a minha relação com Stella foi assim. Hoje, a Stella é minha irmã, além de minha sócia. A Stella é minha família. Somos sócias de uma academia que hoje tem 2 mil alunos. E o mérito é todo dela. Eu quase não vou lá. Nem para malhar.

UOL - Ela não tem ciúme de você?
Claudia Jimenez -
Que nada! Quando sai uma foto minha, ela liga para dizer que eu estou muito bem. Diz que os bofes estão me fazendo bem.

UOL - Você é do tipo que gosta de beber?
Claudia Jimenez -
Nunca tinha bebido álcool e um dia experimentei uma champanhe. Gostei. Depois, tomei uma caipivodca. Gostei mais ainda. Isso aconteceu há dois anos. Com o tempo, comecei a gostar desse negócio de ficar alegrinha nas festas. Meus amigos são jovens! Minhas grandes amigas são a Giovanna Antonelli e Carol Dieckmann. Eu me sinto jovem. Não me sinto com 50 anos. Emocionalmente, sou imatura. Esses moleques me dão um banho!

UOL - Hoje você gosta mais de meninos ou de meninas?
Claudia Jimenez -
A pegada masculina é outra. É diferente e acho que preenche mais. [risos]

UOL - Você acredita em amor à primeira vista?
Claudia Jimenez -
O amor é uma coisa que leva tempo para acontecer. Não é da noite para o dia. Acredito em tesão à primeira vista e paixão à primeira vista. Mas amor, não!

UOL - Você é vaidosa? 
Claudia Jimenez -
É claro que a gente gosta de se sentir bonita. Sou vaidosa e é óbvio que, quando a gente está mais magrinha, se sente mais bonita. Mas acho que eu nunca vou ter coragem de fazer plástica, botar botox... Já tive um câncer há 16 anos [sarcoma embrionário], já operei o coração há oito anos... Cheguei no hospital morrendo. Estive em uma situação limite. Não me vejo entrando em um hospital por livre e espontânea vontade. Tesão é química, é pele. O homem pode tocar em uma mulher magra e nada acontecer. E pode tocar numa gordinha e enlouquecer.

UOL - O que mudou na sua cabeça depois que você saiu do hospital com cinco pontes no coração?
Claudia Jimenez
- Não esquento a cabeça mais com coisas pequenas. Não sei se quinta-feira que vem vou estar viva, no ar. Um dia, estava no CTI e me veio à cabeça que, se eu morresse agora, ia sozinha no caixão. Ninguém ia comigo. Então, não dou muita satisfação para as pessoas sobre as minhas escolhas e as minhas opções. Faço as minhas escolhas sozinha. Amadureci.

UOL - Pensa em adotar uma criança?
Claudia Jimenez -
Já ganhei uns três cachorros e devolvi porque a vida muda muito. Quando você pensa em adotar uma criança, sabe que sua vida vai mudar. E acho que não estou preparada para isso ainda. Tem coisas que ainda não vivi. A mãe que eu posso ser, sou com os meus amigos. Tomo conta da Carolina [Diekmann], da Giovanna [Antonelli], dou esporro no Paulinho [Vilhena]. Muitas vezes estou bebendo na balada e o Paulinho vem e me obriga a tomar água. Ele cuida de mim também. Ter um filho para cuidar eu acho que ainda não estou preparada. E sou um pouco careta. Acho que filho é o resultado de uma história de amor entre um homem e uma mulher. Respeito aqueles que querem produção independente, mas eu não penso assim.

UOL - De vez em quando você trabalha com Miguel Falabella, tanto no teatro quanto na televisão. Como é essa parceria?
Claudia Jimenez -
Tudo o que faço com Miguel é sucesso. Se botar um cartaz na porta de um teatro dizendo que nós dois estamos juntos, todo mundo entra. Não sabe nem o que é. Ele me conhece muito bem.

UOL - O excesso de intimidade com o Miguel não atrapalha?
Claudia Jimenez -
Ele é o único homem que manda em mim. O meu maior casamento é com o Miguel. A bronca dele nunca é destrutiva. E ele sabe que tem coisa que não adianta nem marcar que eu não vou fazer. Mas ele pediu para eu clarear um pouco o cabelo para fazer a Alberta e eu clareei.

UOL - Que critérios você usa para aceitar um trabalho?
Claudia Jimenez -
Quando me convidam para fazer um trabalho, leio a sinopse. Se sentir que posso crescer, faço. Se sentir que o personagem não é para mim, eu nego. Ia fazer a novela "Caminho das Índias".  Glória Perez me convidou. Adoro a Glória como pessoa e autora, mas achei que não ia fazer bem o personagem que ela tinha me oferecido. Ia fazer a secretária do Ramiro [Humberto Martins]. Às vezes, é melhor privilegiar o outro com a nossa ausência do que fazer uma coisa só para estar no ar.

UOL - Você prefere teatro, cinema ou televisão?
Claudia Jimenez -
Gosto de fazer tudo o que eu tenha que interpretar. Sou atriz. Cinema é que me chamam muito pouco. Trabalhei com os melhores diretores de cinema, como o Bruno Barreto em "Gabriela, Cravo e Canela", mas de um tempo para cá, não tem pintado muito.

 

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