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13/10/2010 - 06h00

Em cartaz em São Paulo, Malvino Salvador fala sobre teatro, infância e a amizade com o ator Eriberto Leão

ANA JARDIM
Da Redação
  • Rodrigo Paiva/UOL

    O ator Malvino Salvador nos bastidores da peça Mente Mentira, em cartaz no teatro Raul Cortez, em São Paulo (10/10/2010)

    O ator Malvino Salvador nos bastidores da peça "Mente Mentira", em cartaz no teatro Raul Cortez, em São Paulo (10/10/2010)

O ator Malvino Salvador que está em cartaz em São Paulo com a peça "Mente Mentira", no Teatro Raul Cortez, até 31 de outubro, recebeu o UOL para uma entrevista nos bastidores do espetáculo. Natural de Manaus, capital do Amazonas, o ator vive em São Paulo desde 2001, época em que diz ter descoberto sua "verdadeira vocação". Malvino falou sobre a empreitada como produtor no teatro, a infância na capital amazonense, projetos futuros, o namoro com Sophie Charlotte e a amizade com o ator Eriberto Leão, o qual conheceu quando fez sua estreia na TV, em 2004, na novela "Cabocla", da Globo.

Essa é sua segunda peça e você também é o produtor. De onde surgiu a ideia e como foi o desenvolvimento?
Estava há bastante tempo querendo montar uma peça de teatro. Comecei a ler muitas peças e depois de um ano e meio lendo , acabei encontrando essa . Li muitas do Sam Shepard, mas essa em especial mexeu demais comigo. Fiquei instigado. "Mente Mentira" é um texto muito rico, cheio de metáforas acerca da vida, da cultura, da sociedade contemporânea. O texto me deixou extremamente interessado. Decidi montar a peça no final de 2005, falei com o meu amigo Fábio Glingani, e de lá para cá, viemos tocando o projeto, indo atrás da leis de incentivos e patrocínio.

  • Rodrigo Paiva/UOL

    O ator Malvino Salvador se concentra minutos antes da peça começar (10/10/2010)

A peça está desde agosto em cartaz...
Na verdade, a peça está desde junho deste ano. Nós começamos pelo interior de São Paulo e depois fomos para Manaus.

Você é de Manaus, como foi a apresentação lá?
Nossa, foi incrível. Teatro lotado, foram três apresentações maravilhosas. Foi lá que eu decidi estrear a peça nacionalmente, atraindo alguns setores da mídia e sem contar que foi no Teatro Amazonas, que é lindo. Pra mim, sinceramente, foi uma experiência única.

Como está sendo a aceitação do público e da crítica?
Olha, as críticas estão sendo muito positivas. Existem críticas menores e maiores, mas nenhuma fala que é um espetáculo ruim. Hoje somos quatro estrelas em dois veículos legais que influenciam na cultura nacional. Para mim é uma satisfação imensa ver que a crítica gosta e que o público também está satisfeito. É claro que sempre vai ter alguém que vai sair daqui e não gostar, mas eu percebo que a maioria sai com algo para acrescentar em suas vidas. Por que o teatro tem essa função, essa função social de provocar a reflexão, o debate e mexer com os sentimentos das pessoas. Essa peça não fala só de um relacionamento, só sobre relações familiares, crítica de valores. Ela [a peça] fala de tudo isso. Os personagens são incrivelmente humanos e interessantes, bem parecidos com personagens da vida real. Aliás, ficaremos em cartaz em São Paulo até 31 de outubro, depois vamos para o Rio de Janeiro, onde ficaremos de 12 de novembro até 16 de janeiro de 2011.

Foi essa mistura de sentimentos e a proposta do diferente, em apostar no drama que fez você querer produzir a peça?
Queria fazer, participar de uma peça que fosse instigante para mim, que fosse importante para minha carreira. Que eu pudesse fazer uma coisa... Queria estar inserido em algo que eu gosto de ver e eu gosto deste tipo de teatro, por isso eu escolhi "Mente Mentira".

Há seis anos você começou sua carreira como ator, na novela "Cabocla", da Globo. Você chegou em São Paulo em 2001 para ser modelo e são quase 10 anos de vida artística. Fale um pouco dessa trajetória.
Cheguei aqui em 2001 e foi aí que comecei estudar interpretação. Em seis meses fiz minha primeira peça, "Blue Jeans", que ficou em cartaz a partir do segundo semestre de 2001. Posso dizer que me descobri ator aí. De lá para cá, já me considero um "ator em aprendizado" (Risos).

Você então era modelo, começou no teatro e depois de uma pausa foi para a TV em 2004?
Sim, vim para São Paulo ser modelo. Fiz minha primeira peça, estudei mais e assim comecei no teatro. Em 2004 fiz "Cabocla" e em seis anos fiz mais seis novelas. Agora dei um tempo para me dedicar apenas à "Mente Mentira".

Você tem novos projetos para a TV? Pode falar qual ou quais?
Tenho sim, mas estão em negociação. Digo que é algo bem interessante, é para o ano que vem. Isso é o que posso te dizer por hora.

Você também canta?
Não canto nada. Nada, nada, nada. Só no banheiro... (Risos)

Você não pensa em aprender, caso surja a oportunidade para fazer um musical ou um papel que te exija isso na interpretação?
Não, não. Mesmo porque eu tenho consciência que sou um péssimo cantor. Sei que se eu estudasse muito, me dedicasse muito, eu conseguiria fazer bem... E aí, se um dia surgisse um papel que me pedisse o canto me dedicaria ao máximo.

Agora, saindo um pouco da peça. Você tem uma filha, de 1 ano e 4 meses. Como é seu relacionamento com ela?
Pois é... (faz uma pausa e sorri) é tudo maravilhoso! Posso te dizer que é incrível, sou um pai presente. Mas, eu não vou entrar muito mais neste assunto, porque é algo muito pessoal. Te digo que adoro ser pai e que tenho um excelente relacionamento com a Sofia.

E como foi sua infância?
Minha infância foi incrível, me lembro das brincadeiras de rua, da convivência com pessoas de diversas nacionalidades. Naquela época, muitos estrangeiros foram contratados para trabalhar na zona franca de Manaus. Sabe esse lance de ter contato com as pessoas, de brincar na rua, de ir jantar na casa dos "tios"? Não eram meus tios de verdade, eram pais de amigos, mas a gente chamava de tio. Era aquela coisa gostosa de brincar e aproveitar. Era muito diferente do que é hoje. Eu aproveitei muito minha infância.

  • Rodrigo Paiva/UOL

    Malvino Salvador durante entrevista nos bastidores de "Mente Mentira"

Quando criança, você já sabia o que queria ser quando crescer? Sabia que queria ser ator?
Não, nunca pensei nisso. Fiz contabilidade, trabalhei em banco. Sinceramente eu só descobri minha vocação que é ser ator, quando me mudei para São Paulo e fiz minha primeira peça. Neste momento eu descobri o que eu queria.

E você busca referências em quem no meio artístico. Existe alguém especial em quem você busque apoio, informações?
Sim, eu tenho bastante amigos. Gosto muito dessa troca de informações com eles, isso serve para o crescimento e enriquecimento profissional. O Eriberto [Leão] é um cara que está sempre por dentro dos meus projetos, ele me dá muitas dicas, me passa muitas referências. É uma pessoa que tem bastante conhecimento no meio e é alguém com quem sempre troco uma ideia.

Eriberto Leão é então um de seus melhores amigos?
Sim, nos conhecemos em "Cabocla" e o Eriberto se tornou um grande amigo mesmo. É muito bom conversar com ele, perguntar e trocar informações. É um cara que eu gosto e respeito muito.

E sua namorada [a atriz Sophie Charlotte], você troca conhecimentos com ela também. Sendo os dois atores?
Sim, claro! Ela já assistiu várias vezes essa peça. Nós conversamos, ela me fala o que acha legal, o que não acha. Temos um relacionamento muito legal, de muito diálogo. Eu também tenho essa liberdade de falar com ela, de dar as dicas. Acho muito válida essa troca de informação, de experiências. Temos históricos diferentes e isso é muito bom na hora da conversa. É legal compartilhar com ela.

Você tem um projeto no cinema para 2011, não é?
Sim, creio que entre fevereiro e março deste ano seja lançado o longa o qual eu participei, inclusive com um elenco maravilhoso e uma experiência muito legal. O filme se chama "Qualquer Gato Vira Lata Tem uma Vida Sexual Mais Sadia Que a Nossa", e é baseado na peça do Juca Oliveira que ficou anos em cartaz e foi sucesso de público. Vou contracenar com Cleo Pires, Dudu Azevedo e mais um tanto de gente legal. A expectativa é a melhor de todas.

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