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28/09/2009 - 14h07

Polanski, uma filmografia extraordinária marcada por uma vida controvertida

PARIS, França, 28 Set 2009 - Autor de uma obra não conformista e protagonista de uma vida permeada de dramas, o cineasta de origem polonesa Roman Polanski é um artista complexo, sedutor e frágil, com uma vida muito controvertida.
  • AFP

    O cineasta Roman Polanski e a atriz Sharon Tate, no dia do casamento, em Londres (20/01/1968)

Diretor, ator e produtor, hoje com 76 anos de idade, ele construiu, em quase 40 longas-metragens uma obra não pincelada de cinismo e grandes filmes como "Armadilha do Destino" (1966), "Dança com Vampiros" (1967), "O Bebê de Rosemary" (1968), "Chinatown" (1974), "O Inquilino" (1976), "Tess de Polanski" (1979) e "O Pianista" (2002).

Nascido em 1933, em Paris, filho de pais judeus poloneses vindos da Polônia dois anos antes do início da guerra mundial, Polanski foi marcado por uma infância no gueto de Cracóvia e a deportação de seus pais em Auschwitz, de onde sua mãe não voltou.

Oito anos depois, foi adotado por agricultores e quase morreu na queda de um obus.

Destas histórias, ele tirou seu filme mais pessoal, Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2002: "O Pianista", em que Adrien Brody encarna um sobrevivente de um gueto de Varsóvia.

O filme conquistou três Oscars em 2003, entre eles o de melhor diretor para Polanski. Mas, em decorrência do caso que enfrenta hoje na Justiça, não pôde ir a Hollywood receber seu troféu.

Diplomado no Instituto do Cinema de Lodz em 1959, sua carreira começou em 1962 com o longa-metragem "A Faca na Água".

Depois de ir para Paris e Londres, ele viu as portas se abrirem em Hollywood com o sucesso do filme de terror "Repulsa ao Sexo", em que Catherine Deneuve interpreta uma louca assassina, e "Armadilha do Destino".

A aventura americana durou dez anos, semeada de felicidade (casamento com a atriz Sharon Tate e sucessos internacionais) e pesadelos (o selvagem assassinato desta esposa, grávida de oito meses, em 1969 por satanistas discípulos de Charles Manson).

Oito anos mais tarde, em 1977, Roman Polanski, que sempre levou uma vida agitada, é detido na prisão onde ficaram os assassinatos de sua mulher, acusado de estupro de menor por ter tido relações sexuais com Samantha Geimer, então com 13 anos.

Ela prestou depoimento mais tarde dizendo que tentou evitá-lo e que ele a forçou com droga e álcool.

O cineasta disse que a vítima parecia ser mais velha e, segundo testemunhos posteriores, o juiz encarregado da instrução estava mais preocupado com sua publicidade pessoal. Liberado após algumas semanas, mas ameaçado de voltar à prisão, Polanski fugiu dos Estados Unidos.

Mais tarde, contou ao jornalista francês Paul Giannoli sobre sua atração pelo que chamou de "frutos verdes". "Eu amo as moças, primeiro porque elas são mais bonitas, é claro, mas principalmente porque elas satisfazem meu desejo de pureza e romantismo", declarou.

Naturalizado francês em 1976, ele fixou residência em Paris e passou a filmar menos, dando continuidade à sua acidentada trajetória entre sucessos e fracassos.

"Aos olhos de muitas pessoas, eu passo por uma espécie de gnomo e de depravado, mas meus amigos, e as mulheres de minha vida, sabem ao que se ater", escreveu, em 1984, em sua autobiografia "Roman".

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