AFP Maradona durante coletiva do documentário "Maradona by Kusturica", em Cannes |
Cannes (França), 20 mai (EFE).- O Festival de Cannes recebeu hoje o ex-jogador argentino Diego Armando Maradona, que promoveu o documentário "Maradona by Kusturica" e declarou que "cortaria" a mão para encontrar a atriz americana Julia Roberts na Croisette.
O argentino, que promovia o documentário dirigido pelo sérvio Emir Kusturica, mostrou uma boa forma física e começou o dia posando para os fotógrafos em frente à praia.
Maradona fez a alegria dos fotógrafos ao arriscar embaixadinhas com a bola. Além disso, subiu em um palco e ergueu os braços, como se estivesse no alto do pódio ao fim de um campeonato.
Vestido todo de preto e usando um colar com uma cruz de prata e pulseiras azuis, Maradona estava acompanhado de sua filha mais velha, Dalma, e espera a chegada nas próximas horas da mais nova, Gianinna.
Após muito tempo posando para as fotos, o ex-jogador argentino se mostrou tímido na entrevista coletiva, mas espontâneo, como de costume.
Maradona respondeu a todas as perguntas dos jornalistas com amabilidade, mas com uma certa distância até o final.
O ex-jogador falou do documentário e de política - destacando o "respeito" pelas opiniões de todos -, drogas - "sobrevivi" e agora "posso viver de forma diferente" - e das mulheres que já beijou em sua vida.
Maradona falou também de sua mãe, das cinco irmãs, da ex-mulher, das duas filhas e de sua atual namorada, sem esquecer sua avó, "a mulher mais maravilhosa", e concluiu: "Não posso reclamar".
O primeiro gesto espontâneo aconteceu quando um jornalista insinuou que Kusturica é quase um protagonista do documentário, e Maradona respondeu com um expressivo "Anda, toma!", e bateu com a mão fechada no antebraço do diretor.
O ex-craque argentino falou de cinema e disse que sua filha Dalma é atriz. No entanto, se referiu mais a outra estrela das telas: Julia Roberts.
Ao ser perguntado qual era sua atriz favorita, Maradona citou a protagonista de "Uma linda mulher" e, fazendo um gesto de surpresa e de braços abertos, afirmou que "faria o que fosse preciso para vê-la aqui, na Croisette. Eu cortaria a mão", e simulou o corte da mão esquerda com a direita.
Ele foi ainda mais específico: "A mão do gol da Inglaterra", disse o ex-jogador, se referindo ao gol irregular que marcou na Copa do Mundo de 1986, no México, no jogo entre Argentina e Inglaterra. A jogada foi batizada de "mão de Deus".
Maradona chamou Kusturica de "Deus", disse que as pessoas acreditam nele e que, apesar de não se sentir como tal, "se as pessoas quiserem me considerar Deus, não vou fazê-las pensar o contrário".