Lembranças de gosto duvidoso para casamento real inundam o Reino Unido

LONDRES, 17 Abr 2011 - De produtos de porcelana fabricados na China a quinquilharias de gosto duvidoso; os produtores de lembrancinhas se superaram para o casamento do príncipe William com Kate Middleton, no dia 29 de abril.

A internet impulsionou e internacionalizou a demanda dos colecionadores, turistas e gozadores. A rede era ainda incipiente no "último casamento do século", o de Charles e Diana em 1981.

Proliferam os artigos, "oficiais" e oficiosos, fabricados no Reino Unido e no exterior. William e Kate sorriem em 3,5 milhões de copos e em um incontável número de pratos, chaveiros, bonés, geladeiras, camisetas, etc.

Podem ser encontradas xícaras de porcelana decoradas com suas iniciais douradas. Mas há também latas de cerveja "Kiss me Kate", agasalhos para cães, imitações baratas de vestidos, anéis de noivado e até um livro que ensina a tricotar bonequinhos de pano dos protagonistas do casamento, incluindo o arcebispo de Canterbury.

No total, a venda de produtos inspirados na cerimônia movimentará 226 milhões de euros, estima o Centro de Pesquisas do Comércio Varejista.

O empresário Andrew Cousins espera obter ganhos adicionais na ordem de um milhão de libras com sua companhia familiar, Peter Jones Ltd.

O único problema: "é uma vergonha que um acontecimento real britânico seja comemorado com tantos produtos procedentes do Extremo Oriente", disse.

"Não aos produzidos na China. 'Made in UK'", protestou contra todas as previsões o vendedor do "Chinatown London Market", no coração do Soho, bairro turístico de Londres. Seu estabelecimento, que também é uma sala de massagem e uma casa de câmbio, está cheio de produtos com a imagem do casal, entre eles louças comuns, colheres de coleção e mini-carruagens de plástico.

Para garantir a etiqueta e o protocolo, Lord Chamberlain atualizou as orientações sobre as "lembranças oficiais" que apareceram pela primeira vez no jubileu da rainha Vitória em 1887. Os "extraoficiais" não podem exibir os símbolos reais. Devem ser "de bom gosto e isentos de publicidade".

No entanto, os futuros noivos, que tentam ser modernos, toleraram a comercialização de guardanapos com suas imagens, que o Palácio de Buckingham considerava "vulgares". Resultado, a aparente tolerância virou relaxamento.

Fabricantes de bugigangas e imitadores não perderam a oportunidade.

Há uma fotonovela feita com os casais reais na qual se pode ver a rainha dançando com Elton John em seu palácio.

A Hugh Pomfret vende na internet caixas de preservativos "King size" com a foto de William e Kate em um medalhão. E manifesta a sua satisfação com a orientação liberal de uma indústria de lembranças "agora mais lúdica".

Lidya Leith comemora o sucesso de vendas de seus sacos de vômito adornados com um desenho do casal. "Os defensores e os contrários ao casamento gostam da brincadeira", assegurou.

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