LONDRES, 27 Abr 2011 -Militares britânicos fizeram um ensaio nesta quarta-feira para o casamento do príncipe William com Kate Middleton enquanto a família da noiva realiza os preparativos finais para o maior evento real dos últimos 30 anos.

Um teste realizado de madrugada por cerca de 1.000 homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica deu uma ideia da pompa e da ostentação que dois bilhões de pessoas de todo o mundo devem acompanhar ao vivo pela televisão na sexta-feira.

Carruagens, cavaleiros e limusines, incluindo o Rolls Royce que conduzirá Kate à histórica Abadia de Westminster, também participaram do ensaio nas ruas desertas de Londres.

O esquema seria acompanhado mais tarde nesta quarta-feira por um ensaio musical envolvendo bandas militares, a orquestra e os dois corais que cantarão durante a cerimônia, e por um teste para as emissoras de rádio e para o clero na quinta-feira.

William, de 28 anos, ae Kate, de 29, também devem participar de alguns ensaios.

Um porta-voz do Palácio St, James, residência oficial de William, disse à AFP que "obviamente haverá testes esta semana para todos os envolvidos", sem dar maiores detalhes.

Usando um tailleur creme, Kate foi fotografada nesta quarta-feira deixando de carro a casa de sua família na localidade de Bucklebury, oeste de Londres - possivelmente a última vez que ela esteve lá antes do grande dia.

Sua mãe Carole e sua irmã Pippa deixaram o local juntas depois, enquanto seu pai Michael foi visto chegando ao luxuoso Goring Hotel, em Londres, onde Kate vai passar sua última noite como mulher solteira e plebeia.

Foram entregues ao hotel um guarda-roupa com roupas de casamento, incluindo um longo saco protetor de roupa, além de várias levas de flores frescas.

A previsão é de chuva para sexta-feira, mas o tempo ruim não deve desanimar as centenas de pessoas que querem acompanhar o evento de perto, e cerca de 20 pequenas barracas já foram montadas em frente à Abadia por valentes fãs da realeza britânica.

"Acabo de voltar de uma viagem de um mês à China, passando pelo Tibete, estão isso aqui é moleza. Estou muito orgulhosa. Não estaria aqui se não estivesse me sentindo assim," disse Cynthia Fisher, de 69 anos, de Sheffield, no norte da Inglaterra, usando um chapéu com a bandeira britânica (Union Jack).

Kumar Iyer, um ex-bancário de Thiruvananthapuram, sul da Índia, disse que também foi a Londres para o casamento dos pais de William, o príncipe Charles e a princesa Diana, em 29 de julho de 1981.

"A pobre Diana não está aqui para testemunhar o casamento. Isso é triste," disse.

O fervor em torno da cerimônia reflete parcialmente o fascínio que ainda exerce a figura de Diana, que morreu em um acidente de carro em Paris em 1997 e teve seu funeral realizado na Abadia de Westminster.

Ela e Charles -- o herdeiro da rainha Elizabeth II -- tinham se divorciado um ano antes.

William, o segundo na linha de sucessão ao trono que é piloto de helicóptero da Força Aérea Real, usou a aliança de noivado de Diana para pedir a mão de Kate no ano passado, a filha bem educada de pais bilionários que enriqueceram por esforço próprio.

A cerimônia de sexta-feira tem como objetivo dar um ponto final ao trágico legado de Diana, e William e Kate cuidaram pessoalmente de "cada detalhe" de seu "requintadamente belo" casamento, disse o Palácio St James.

Pontos-chave permanecem um mistério: o vestido de casamento é alvo de uma intensa especulação por parte da imprensa, enquanto não há notícias sobre a Lua de Mel do casal real.

O primeiro-ministro britânico David Cameron desejou ao casal uma "longa e feliz vida a dois" durante a sessão de perguntas ao primeiro-ministro na Câmara dos Comuns e disse que "todo o mundo" está aguardando a cerimônia.

Por volta de 1.900 convidados são esperados, incluindo reis de 40 países, políticos e celebridades como o cantor Elton John, o casal David e Victoria Beckham e o ator Rowan Atkinson.

Milhares de festas nas ruas foram planejadas, enquanto que o governo britânico declarou feriado público e os pubs poderão ficar abertos até tarde.

A polícia britânica lançou uma grande operação de segurança para a cerimônia de matrimônio envolvendo cerca de 5.000 oficiais e advertiu que lidarão "robustamente" com qualquer manifestação durante o casamento.

Os Muçulmanos contra os Cruzados, um grupo islamita linha dura que havia planejado protestos, cancelou a manifestação nesta quarta-feira, alegando que temiam ser atacados.

"Acreditamos que a questão principal é a segurança do nosso povo," disse o porta-voz do grupo, Abu Abbas, em uma entrevista coletiva à imprensa diante do Parlamento, enquanto membros exibiam uma faixa indicando: "Procurado: Príncipe William... Nazista Moderno."