Advogados de médico de Michael Jackson devem começar defesa nesta segunda (24)

Anthony McCartney
De Los Angeles

Os advogados de defesa do médico acusado da morte de Michael Jackson devem começar a chamar as testemunhas nesta segunda-feira (24) após terminarem de interrogar um especialista da promotoria.

O caso da defesa será a oportunidade de Dr. Conrad Murray contra-atacar quatro semanas de testemunhos prejudiciais a ele, vindos de 33 testemunhas da promotoria que o caracterizaram como um médico distraído e oportunista que, por repetidas vezes, quebrou diretrizes legais, éticas e profissionais.

Quinze testemunhas são esperadas no caso da defesa, embora os advogados de Murray não tenham revelado publicamente se irão chamar o cardiologista para testemunhar. O júri já ouviu o doutor em uma entrevista de mais de duas horas com a polícia, e parece improvável que os advogados de Murray coloquem seu cliente para receber uma tempestade de perguntas da promotoria.

A segunda-feira vai começar com o principal advogado de defesa Ed Chernoff questionando Dr. Steven Shafer, a testemunha final da promotoria e um especialista no anestésico propofol, o qual Murray dava a Jackson como um remédio para dormir. O interrogatório de Chernoff na sexta-feira (21) desafiou as conclusões e comentários que ele havia feito sobre o colega Dr. Paul White, que testemunhará para o time de defesa.

Até o momento, Shafer não retrocedeu sua posição de que Murray é totalmente responsável pela morte de Jackson e que o cardiologista cometeu 17 notórias violações do exercício médico, que deixaram Jackson seriamente ferido ou causaram sua morte.

Após Shafer testemunhar, os advogados de Conrad Murray provavelmente vão pedir ao júri para retirar o caso contra o cardiologista. O Juiz da Corte Superior Michael Pastor irá avaliar e, caso o pedido seja rejeitado, o caso da defesa irá começar.

Os advogados de defesa afirmaram que vão chamar detetives policiais que a promotoria não chamou, White e, possivelmente, outros especialistas. O caso deve durar até quinta-feira (27). Murray se declarou inocente, e pode enfrentar até quatro anos de prisão e a perda da licença médica se for condenado.

A defesa vai apresentar seu trabalho para tentar influenciar o júri a absolver Murray. "Ele terá que mudar a paisagem e mostrar dúvidas razoáveis", disse Marcellus McRae, um ex-promotor federal e advogado de tribunal que está acompanhando o caso de perto. "A questão é se isso será o suficiente".

McRae considerou o fato de Shafer ter sido a testemunha final da promotoria como um golpe de mestre. "Tijolo por tijolo, Shafer construiu uma parede de razões científicas para o júri concluir que Dr. Murray foi negligente de forma criminosa", disse. "Isso permite que a promotoria diga ao júri que seu caso é construído em ciência em vez de teorias".

Fora do campo de visão do júri, a teoria da defesa mudou nos meses recentes do argumento de que Jackson havia tomado propofol e dado a si próprio uma dose fatal, e que o cantor teria ingerido vários comprimidos do sedativo lorazepam, que o levou à morte.

Eles também argumentaram que Jackson de alguma forma teria dado a si próprio uma injeção de propofol após Murray deixar o quarto, algo que o matou rapidamente.

Os promotores buscaram acabar com todas essas teorias através de Shafer, que ingeriu propofol antes do julgamento em uma tentativa de confirmar que isso não causaria um efeito sedativo. Ele chamou de "trivial" a quantidade de lorazepam no estômago de Jackson e, na semana passada, disse que a única explicação para a morte de Jackson baseando-se nas evidências era a de que Murray administrou o cantor com propofol na veia e deixou o quarto após Jackson parecer estar dormindo.

Nesta semana, será a vez da defesa de apresentar teorias alternativas ou contestar o caso da promotoria.

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