Promotores pedem quatro anos de prisão para Conrad Murray; advogado de defesa quer liberdade condicional

LINDA DEUTSCH

Da Redação

Os promotores da condenação do médico do Michael Jackson, Conrad Murray,  acusaram-no de não sentir nenhum remorso da morte do astro e pediram ao juiz nesta quarta-feira (23) para sentenciá-lo a quatro anos de prisão. Enquanto isso, o advogado de defesa disse que o Dr. Murray está em uma prisão de auto-punição e deve receber liberdade condicional.

Os memorandos foram arquivados antes da sentença do médico, que será ouvido na próxima terça (29). Ele está na cadeia desde que foi condenado por homicídio culposo (não intencional) do cantor Michael Jackson.

Os promotores David Walgren e Deborah Brazil escreveram que Murray não mostrou nenhum remorso pela morte de Jackson e colocou a culpa em outros, incluindo o próprio Michael. Eles citaram uma série de entrevistas pós-julgamento feitas com Conrad, submetidas ao juíz Michael Pastor em um DVD.

Em um trecho, Murray afirma: "Eu não me sinto culpado porque eu não fiz nada de errado".

"O réu sempre culpa a vítima por sua própria morte", disse o promotor, "indo tão longe a ponto de caracterizar-se como sendo 'preso' pela vítima e como alguém que sofreu uma 'traição' nas mãos da vítima".

Veja o momento do veredicto

O advogado de defesa, Nareg Gourjian, citando cartas de elogios de ex-pacientes de Murray, disse: "Não há dúvida de que a morte de seu paciente, o Sr. Jackson, não foi intencional e uma enorme tragédia para todos os afetados. Dr. Murray tem sido descrito como um homem agoniado, que anda sob um manto de tristeza desde a perda de seu paciente".

Gourjian disse que Murray nunca vai parar de punir-se sobre a perda de Michael e, "na verdade, ele estará servindo uma forma de prisão perpétua".

Murray foi condenado após seis semanas de julgamento baseado no uso da droga propofol, um anestésico não destinado a tratamento de insônia ou para uso doméstico.

Em seu memorando, os promotores disseram que Murray "agiu como um empregado e como um traficante de drogas, e corrompeu completamente a confiança necessária em um relacionamento médico-paciente".

Gourjian pediu ao juiz para considerar as origens humildes de Murray em Trinidad e sua longa carreira de fazer o bem durante a sua prática em Houston.

"A transgressão da qual ele foi julgado deve ser vista dentro do contexto da grande vida da qual ele faz parte", disse ele.

Ele também argumentou em seu memorando de 45 páginas que os atuais problemas orçamentais e a superlotação das prisões tornam necessária a liberação.

Gourjian observou que, por causa de constantes ameaças de morte, Murray deve ser mantido em confinamento solitário, o que é caro.

"Conrad Murray ainda tem o conhecimento, capacidade e motivação para ser uma fonte de cura no mundo", escreveu Gourjian. "Embora ele talvez não volte a ser um médico ... ele pode educar e aconselhar os pacientes sobre os cuidados e prevenção de doenças do coração".

Os promotores do julgamento colocaram no memorando uma nota que afirma que houve uma perda monetária superior a US $ 100 milhões por causa da morte de Michael Jackson. Eles sugeriram que "a restituição apropriada" de Murray seja direcionada aos filhos do cantor.

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