Suíça liberta Polanski e nega extradição do cineasta aos EUA

O governo da Suíça anunciou nesta segunda-feira a libertação do cineasta Roman Polanski e negou o pedido de extradição dele para os Estados Unidos, onde foi condenado na década de 70 por ter feito sexo com uma menor.

Polanski estava em prisão domiciliar no país europeu desde dezembro de 2009 aguardando a decisão das autoridades suíças sobre o pedido americano.

"O diretor franco-polonês de 76 anos não será extraditado para os Estados Unidos. As restrições a sua liberdade foram revogadas", disse um comunicado emitido pelo Ministério da Justiça da Suíça.

Segundo o Ministério, a extradição não foi autorizada porque não foi possível descartar "falhas" no pedido americano. As autoridades suíças argumentaram que os Estados Unidos não divulgaram detalhes sobre o julgamento que levou à condenação de Polanski.

Prisão e processo
Em 1977, o diretor admitiu ter mantido relações sexuais com uma garota de 13 anos, o que é ilegal nos Estados Unidos, mas no ano seguinte fugiu para a França antes de receber a sentença. Ele nunca mais pisou em território americano.

Alvo de um mandado de prisão, Polanski voltou a ser detido em setembro do ano passado na Suíça, para onde viajou para receber um prêmio no festival de cinema de Zurique.

Em dezembro, ele foi transferido da prisão para seu chalé na cidade de Gstaad, onde permanecia detido. O cineasta recebeu à distância o Oscar de melhor filme pelo filme "O Pianista", de 2002. A prisão do cineasta gerou protestos entre alguns políticos e nomes famosos de Hollywood. Diretores e atores assinaram um abaixo-assinado pedindo sua libertação, entre eles Woody Allen, Martin Scorsese, Terry Gilliam, Pedro Almodóvar e Stephen Frears.

Alguns artistas, como as atrizes Fanny Ardant e Monica Bellucci, assinaram uma carta manifestando seu "horror" com a prisão do cineasta.

A vítima do cineasta, Samantha Geimer, processou Polanski em dezembro de 1988. O cineasta concordou em pagar uma compensação de US$ 500 mil cinco anos depois.

Mas em janeiro deste ano Geimer pediu à Justiça americana que arquive as acusações contra Polanski, alegando que a divulgação contínua dos detalhes do caso "causa danos a mim, meu marido e meus filhos".

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