Republicanos e outros céticos planejam fugir do casamento real

Jon Kelly

Da BBC News Magazine

  • Toby Melville/Reuters

    Regent Street, em Londres, decorada com bandeiras da Grã-Bretanha em preparação para o casamento real (19/4/2011)

    Regent Street, em Londres, decorada com bandeiras da Grã-Bretanha em preparação para o casamento real (19/4/2011)

Para quem vive na Grã-Bretanha, é difícil escapar do casamento do príncipe William com Kate Middleton. O que farão então os céticos no dia 29 de abril?

Os sanduíches podem estar cortados, as ruas enfeitadas, mas muitos dos britânicos não querem se juntar à festa.

Apesar de a mídia estar eufórica às vésperas das festividades relacionadas ao casamento real, uma minoria significativa da população está menos do que impressionada - ou porque as pessoas se opõem à monarquia como instituição, ou porque simplesmente não ligam para o casamento de dois estranhos.

Pesquisas de opinião sugerem que os republicanos são cerca de um quinto da população do Reino Unido, comparados com 70% que apoiam o status quo.

Mas isso não significa que uma enorme maioria vai estar se reunindo em torno de mesas ou ao longo das ruas para celebrar a união.

Com uma cobertura maciça na TV e milhares de pedidos para realizar festas de rua submetidos às autoridades, entusiastas do casamento terão várias maneiras de celebrar.

Mas como os céticos passarão o dia?

 

  • Veja o percurso que o casal real fará por Londres após o casamento

Dar uma festa de rua alternativa
Com menos de duas semanas para o casamento, um pequeno grupo de republicanos britânicos está determinado a mostrar sua contrariedade.

Por que apenas os entusiastas do casamento real podem se divertir no feriado extra (decretado pelo primeiro-ministro David Cameron)?

Republicanos estão planejando uma série de festas para registrar sua oposição ao frisson em torno do casamento, enquanto se divertem ao mesmo tempo.

O grupo de lobby Republic, que faz campanha por um chefe de Estado eleito na Grã-Bretanha, vai realizar uma série de festas em Londres, Manchester, Cardiff (País de Gales) e Edimburgo (Escócia).

Os planos iniciais de uma festa na região de Covent Garden, centro de Londres, foram rejeitados pela administração local.

O grupo agora planeja realizar o evento perto da Red Lion Square - também no centro da cidade. Parecerá muito como qualquer outra festa de rua, diz Graham Smith, com barraquinhas, diversão e várias bandeiras nacionais, para fazer frente ao que ele diz ser o engano de que republicanos não são patriotas.

"Queremos desmentir estes estereótipos", diz ele. "O que conta é uma visão alternativa, visível. Vai ser positivo e divertido".

Outra alternativa a festas para o casamento serão realizadas na margem sul do rio Tâmisa, e no centro Trinity, na cidade de Bristol.

Deixar o país
Se a cobertura da mídia for muito difícil de suportar, céticos e republicanos sempre têm a opção de deixar o Reino Unido.

Uma pesquisa feita com 740 pessoas pelo site CitySocialising sugere que 18% das pessoas planejam deixar o país na época da festa.

Esse êxodo britânico pode, é claro, ser alimentado pelo desejo de aproveitar ao máximo o fim de semana prolongado, em vez de ser uma afirmação política ou uma exaustão com o assunto do casamento.

No entanto, a idéia de buscar refúgio em solo republicano é popular entre alguns dos líderes políticos britânicos.

Em 1981, como o jornal "Daily Mail" observou, um grupo de ativistas do Partido Trabalhista foi para Boulogne, na França, para uma viagem de um dia, que coincidiu com o casamento do príncipe Charles com a princesa Diana.

Tentar ignorar o assunto
Os céticos em relação ao casamento real sempre podem tentar apertar o botão de "desligar". Isso pode significar ficar em casa, desligar o telefone, a TV, o rádio, a internet.

Mas há uma outra forma para os não entusiasmados com o casamento - ler um livro, caminhar no campo, ouvir música. A menos que exista uma festa pelo casamento real na frente da sua casa.

O autor de livros para crianças Michael Rosen, republicano aguerrido, diz que essa vai ser sua estratégia no dia 29 de abril.

"Minha forma de lidar com isso é apenas seguir em frente", diz ele.

"Vou continuar fazendo o que sempre faço. Lendo, trabalhando e perambulando pela casa".

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