Abadia de Westminster testemunha mil anos de bodas e funerais reais
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AP
Vista geral da Abadia de Westminster mostra os primeiros convidados chegando para a cerimônia (29/4/11)
Londres, 29 abril - A abadia de Westminster, onde nesta sexta-feira (29) se casam o príncipe William e Kate Middleton, é há quase 10 séculos palco de bodas, coroações e enterros de reis ingleses.
Desde a primeira coroação na abadia, a do rei William I no dia de Natal de 1066, até o funeral de Diana de Gales, mãe do príncipe William, em 1997, esta igreja gótica do tamanho de uma catedral situada próxima ao Palácio de Westminster, sede do Parlamento britânico, viveu uma infinidades de ocasiões históricas.
A abadia, que é propriedade direta do monarca e não de nenhuma diocese ou província, é um dos cemitérios com maior concentração de gênios e personagens do mundo, onde repousam os restos mortais de 17 reis, incluindo Henry V, Henry VII, Elizabeth I e George II.
No extremo sul de Westminster, descansam os restos de famosos personagens da cultura como o romancista Charles Dickens, os poetas Edmund Spenser e Alfred Tennyson, assim como os atores David Garrick, Henry Irving e Laurence Olivier, os compositores Henry Purcell e George Frideric Handel, além do cientista Isaac Newton.
O casamento desta sexta-feira entre William e Kate é o retorno das bodas reais à abadia desde que o príncipe Andrew, duque de York e irmão do príncipe Charles, se casou com Sarah Ferguson em julho de 1986.
Sob a abóbada gótica mais alta da Inglaterra -31,1 metros- se realizaram durante o século XX numerosas uniões reais, começando pela dos pais da rainha Elizabeth, o príncipe Albert - coroado mais tarde como George VI - e Elizabeth Bowes Lyon, a "rainha mãe", que se casaram em abril de 1923.
O funeral da rainha mãe também foi celebrado na abadia, recuperando uma tradição que naquele momento levava dois séculos e meio interrompida.
Após a Segunda Guerra Mundial, a então princesa Elizabeth se casou com Philip Mountbatten, depois duque de Edimburgo, em novembro de 1947, em cerimônia que foi marcada pela austeridade do pós-guerra.
Sua irmã, a princesa Margaret, foi a seguinte a passar pelo altar da abadia para casar-se com Antony Armstrong-Jones em maio de 1960, em um casamento que se dissolveria anos mais tarde.
Em 1973, Margaret voltou à abadia para casar-se com o capitão Mark Phillips, de quem também se divorciaria 19 anos depois.
O grande altar no qual se realizam as coroações e as bodas foi decorado em estilo de mosaico ornamental por operários trazidos expressamente de Roma, foi tirado da abadia durante os bombardeios nazistas de Londres na Segunda Guerra Mundial, uma época na qual por segurança a cadeira da coroação foi transferida à catedral de Gloucester e na qual a pedra de coroação - utilizada originalmente pelos monarcas escoceses - se enterrou em segredo na própria abadia.
Uma dos sinos da igreja gótica, no conjunto situado na torre noroeste do templo, serve para anunciar a morte de um membro da família real ou do deão de Westminster.