Paris, 27 mar (EFE).- A Justiça francesa condenou nesta quinta-feira a revista de celebridades "Closer" a pagar 15 mil euros à atriz Julie Gayet por publicar em janeiro fotos de sua relação com o presidente do país, François Hollande.

A sentença ditada pelo Tribunal de Grande Instância de Nanterre, perto de Paris, também exige que a "Closer" publique a decisão judicial na capa, como reivindicava a atriz, que não obteve tudo o que esperava.

Gayet pedia 50 mil euros de indenização e outros 4 mil em despesas judiciais pelas fotos da publicação de 10 de janeiro, com as quais a revista pretendia provar um suposto caso entre ela e o chefe do Estado.

O tribunal, no entanto, rebaixou as aspirações econômicas a 15 mil euros (R$ 47 mil), em um caso que expunha um conflito entre o direito à privacidade e o direito à informação.

A atriz, de 41 anos e representada pelo advogado Jean Enocchi, alegava que a divulgação das imagens representou uma "violação da vida privada" e que o objetivo do artigo em questão é evidentemente "ilegítimo", pois só procura suscitar "curiosidade, voyeurismo".

A revista, por sua vez, se defendia citando o direito à informação, pois entendia que o artigo se refere à segurança do presidente e a um "dever de transparência" em relação à opinião pública francesa.

Além da denúncia contra a "Closer", a atriz, separada e mãe de dois filhos, interpôs uma denúncia pelo assédio que, diz, sofre por parte dos repórteres.

Afastada dos holofotes desde que o escândalo veio à tona, Gayet se deixou ver pela primeira vez no final de fevereiro na cerimônia do Prêmio César.

A atriz era candidata na categoria de melhor atriz coadjuvante por seu papel de sedutora conselheira política no filme "O Palácio Francês", dirigido por Bertrand Tavernier, mas não ficou com o prêmio.

A primeira audiência sobre o enfrentamento judicial entre Gayet e a "Closer", em 6 de março, coincidiu com a publicação da sentença em outro caso no qual a ex-primeira dama Valérie Trierweiler atacava a revista por publicar fotos suas de maiô.

A revista foi condenada pelo mesmo tribunal de Nanterre a pagar 12 mil euros a Trierweiler pela publicação o passado 7 de fevereiro de fotos suas de biquíni durante umas férias nas Ilhas Mauricio após sua ruptura com Hollande em janeiro.

Por sua vez, Hollande manifestou na época sua "indignação total" pela publicação da reportagem fotográfica com Gayet, mas descartou fazer uma denúncia.

Oficialmente separado de Trierweiler, o presidente francês, de 59 anos, não tornou público se mantém uma relação com Gayet e sempre aparece em público sozinho.