Filho de Miguel Paiva trabalhava em um dos prédios que desabaram no Rio

Carla Neves

Do UOL, no Rio

O produtor Diego Paiva, de 35 anos, filho do autor e cartunista Miguel Paiva, trabalhava em uma produtora de filmes no edifício Colombo, um dos três prédios que desabaram no centro do Rio na noite desta quarta-feira (25). Em entrevista por telefone ao UOL, Miguel contou que levou um susto ao saber que Diego trabalhava no local do acidente. “Naquele dia, liguei para meu filho às 20h30 e ele já tinha saído do trabalho, estava fazendo ginástica. Saí para jantar e, meia hora depois, vi o que tinha acontecido. Foi um susto danado!”, lembrou.

Miguel afirmou que, após saber do desabamento, ligou novamente para o filho. “E ele já estava no centro. Foi verificar o que tinha acontecido”, contou ele, acrescentando que não houve mortos nem feridos no prédio em que Diego trabalhava. “No prédio dele, que é o Colombo, que fica na esquina, ninguém morreu. Só o porteiro machucou a perna”, destacou.

Miguel disse que Diego sabia que o prédio maior estava em reforma. “Ele me contou que escutava o barulho das obras”, disse. O cartunista também afirmou que Diego achou objetos da produtora no lixão de Gramacho. “Não sei se é totalmente verdade que os bombeiros estão entregando tudo o que acham para a Polícia Militar. O Diego achou gavetas inteiras, com documentos, em Gramacho. Não se pode jogar documentos e pertences fora assim, como se fosse lixo”, criticou.

O cartunista contou que, por sorte, na última quarta-feira (24), Diego havia mandado um HD para o conserto. “E nesse HD tinha tudo. Ele também achou no meio dos entulhos alguns roteiros, mas nem 10% do que eles tinham”, disse. Miguel afirmou que a Rio Filmes ofereceu um espaço para a produtora se instalar até se reorganizar. “Por enquanto, a produtora vai ficar nesse espaço. Até porque, eles estão cheios de trabalhos em andamento”, completou.

Miguel afirmou que nem procurou pensar na possibilidade de Diego estar no prédio na hora em que houve o desabamento. “Não falamos nisso porque é pura fatalidade. Se você começar a falar ‘se’ para tudo, você não vive mais. Isso só mostra como nós somos frágeis diante de tudo e como a irresponsabilidade de alguém pode causar um prejuízo sem volta. Se a Justiça funcionasse nesse país, quem fizesse isso ia para a cadeia. Mas, infelizmente, as pessoas vão continuar soltas e a gente vai continuar nas mãos do imponderável”, afirmou.

UOL Cursos Online

Todos os cursos