Polícia não encontra indícios de crime na morte de Whitney Houston e encerra caso
Do UOL, em São Paulo
-
Gary Hershorn/Reuters
Apresentação de Whitney no Grammy Awards de 2000. Ao longo da carreira, ela conquistou seis estatuetas da premiação
O departamento de polícia de Beverly Hills encerrou nesta quarta-feira (11) as investigações sobre a morte da cantora Whitney Houston, considerando que não houve nenhum crime relacionado à sua morte, informou o site TMZ.
As autoridades investigavam se a morte de Whitney, ocorrida há exatos dois meses, poderia ter sido criminosa, incluindo a possibilidade de que alguém tivesse escondido evidências.
Restos de cocaína foram encontrados no hotel no qual a cantora faleceu, assim como em seu corpo. O resultado oficial de sua necropsia constatou que Whitney Houston morreu vítima de afogamento acidental. Segundo o relatório, o consumo de cocaína na noite de sua morte, somado a problemas cardíacos, contribuiu para o óbito.
O médico legista Craig Harvey deu uma entrevista coletiva para a imprensa após a divulgação dos resultados. Segundo ele, Whitney havia consumido cocaína imediatamente antes de sua morte e tinha níveis "agudos" da substância em seu sangue.
Os exames também teriam apontado que a cantora era uma usuária "crônica" da droga. Harvey afirmou que as artérias dela estava 60% mais finas, uma consequência direta do uso contínuo de cocaína. Para ele, esse estreitamento foi a causa do problema cardíaco que levou a sua morte.
"Garota de ouro"
Celebrada como "a garota de ouro" da indústria fonográfica entre as décadas de 80 e 90, a carreira de Houston andava ofuscada por problemas com drogas, bebida e violência doméstica.
No final de 2009 e início de 2010, após anos de luta contra a dependência química, ela ensaiou uma fracassada volta aos palcos. Na parte inicial de sua turnê britânica, parecia sofrer com falta de ar quando cantava. Em Paris, chegou a ser hospitalizada com uma infecção respiratória e adiou várias apresentações. Na Austrália, sua passagem foi vaiada por fãs e criticada pela imprensa especializada.
Whitney Houston chegou a vender 55 milhões de discos, só nos Estados Unidos. O sucesso a levou da música para o cinema, atuando em filmes como "O Guarda-Costas", com Kevin Costner, e "Falando de Amor", dirigido por Forest Whitaker.
Nessa mesma época, influenciou uma geração de cantoras como Christina Aguilera e Mariah Carey até que sua voz e imagem foram destruídas pelo uso de drogas e a vida pessoal tumultuada com seu último marido, o cantor Bobby Brown.
No final de sua carreira, Houston tornou-se célebre por abusar das drogas. As vendas de seus álbuns diminuíram, e sua imagem serena foi abalada por um comportamento violento e aparições públicas bizarras. Ela confessou ter abusado de maconha, cocaína e comprimidos, e sua voz foi ficando cada vez mais rouca, fazendo com que ela não conseguisse atingir as altas notas que a tornaram famosa.
"O grande mal sou eu. Não sou nem minha melhor amiga nem minha pior inimiga", disse a cantora em entrevista a Diane Sawyer em 2002.
Biografia
Whitney era filha da cantora gospel Cissy Houston, prima da diva dos anos 60 Dionne Warwick e afilhada de Aretha Franklin. Ela começou a cantar em igrejas ainda criança. Adolescente, fazia backing vocals para Chaka Khan, Jermaine Jackson e outros, e era modelo. Foi nesse período que o magnata da música Clive Davis ouviu falar da cantora.
"A primeira vez que a vi foi em um show de sua mãe... O impacto foi muito grande. Ouvir aquela jovem colocando fogo nas músicas. Provocou, de verdade, arrepios na espinha" , disse Davis ao "Good Morning America".
Pouco tempo depois, os Estados Unidos sentiram esse "arrepio" também. Houston gravou seu primeiro álbum, "Whitney Houston", em 1985. Foram vendidas milhões de cópias e suas músicas se tornaram sucesso. "Saving All My Love for You" rendeu à cantora seu primeiro Grammy, de melhor vocalista pop. "How Will I Know," "You Give Good Love" e "The Greatest Love of All" também se tornaram singles.
Seu segundo trabalho, "Whitney", de 1987, também teve grandes sucessos como "Where Do Broken Hearts Go" e "I Wanna Dance With Somebody".
O "New York Times" descreve a voz da cantora como "uma das melhores vozes gospel de sua geração". "Whitney evitava os maneirismos típicos do gênero, e usava frases evangélicas com moderação. Em vez de projetar vulnerabilidade e compaixão, ela comunicava força e auto-confiança, fazendo baladas pop majestosas."
A cantora deixa uma filha, Bobbi Kristina, fruto de seu casamento com Bobby Brown. Eles ficaram juntos entre 1992 e 2007.
*Com informações da Redação e das agências internacionais.