Rogério Padovan, participante do “Big Brother Brasil 5”, perdeu um processo que movia contra a revista “Veja”. Na Justiça, o médico pretendia ser indenizado por danos morais, por uma reportagem em que a revista teria insinuado que na vida real ele era uma pessoa totalmente diferente daquela que mostrava no reality.

Para ilustrar a matéria intitulada como "o médico e o monstro", a “Veja” fez uma caricatura em que o rosto de Padovan aparecia no corpo de um monstro, fazendo alusão ao personagem da obra literária que deu título à matéria e, que também exerce a medicina e apresenta traços que se confundem com a dupla personalidade: ora mocinho, ora vilão.

Além disso, ao citar que Padovan foi excluído do reality show com a maior rejeição já registrada naquele reality (92% de um total de 31,5 milhões computados pela Rede Globo), a revista afirmou que “a rejeição de Rogério é emblemática da sina que acompanha os participantes de reality shows. Por mais que ‘o Big Brother’ seja uma gincana, aquilo que seus candidatos dizem ou fazem em cena não é ficção -e lhes traz consequências".

Padovan alega que a reportagem foi veiculada sem sua autorização e ofendeu a sua honra, além de refletir negativamente perante os colegas de trabalho, na classe médica e na esfera familiar.

Mas, para a Justiça, o que o médico "atribuiu como ofensivo à reputação ou ao conceito que goza perante a sociedade proveio de sua própria conduta, externada em rede nacional, para milhões de telespectadores".

O magistrado salientou que a comparação que a “Veja” fez entre o médico e o personagem literário foi resultado de uma das declarações que Padovan fez ao sair do reality: "No jogo vale tudo, mas fora da casa sou uma pessoa e médico respeitado.", afirmou o médico na ocasião.

O juiz também ressaltou que, com a voluntária exposição da imagem, Padovan se tornou figura púbica, o que retira da revista “Veja” a obrigação de ter o consentimento, de modo prévio e expresso, para usar de forma substancialmente informativa o retrato do médico, para ilustrar a reportagem.

Padovan perdeu a causa em primeira instância e após recorrer ao Tribunal de Justiça, sofreu nova derrota.