Reportagem do "Fantástico" desde domingo (13) exibiu o depoimento de Hercília Santiago, uma copeira de 56 anos, que se diz irmã do cantor Emílio Santigo, morto aos 66 anos em março desde ano, em decorrência de complicações de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) isquêmico.

A mulher quer ter direito à herança do cantor, avaliada em R$ 10 milhões e inclui imóveis em várias partes do Brasil. O cantor se apresentava como filho adotivo de um casal sem filhos biológicos, mas Hercília, registrada com o mesmo sobrenome do artista, seria uma irmã dez anos mais nova que ele.

Segundo Hercília, Emílio seria filho de um relacionamento que o pai dela, Mario Santiago, teve e, eles teriam sido criados juntos, pela mãe dela. A filiação corresponde ao  pai de Emílio. Ela guarda um retrato que seria da primeira comunhão do cantor. Depois que ficou famoso, o artista teria se afastado da família. Hercília alega ter ido a shows, mas não se aproximou dele: "Porque na televisão ele dizia que não tinha família, não tinha parente".

Quando Emílio morreu, um homem que se dizia filho do cantor compareceu ao velório. Mas a hipótese de Aleksander Nunes ser herdeiro foi rechaçada por amigos, entre eles Márcio Tadeu Francisco, um professor universitário que foi companheiro de Emílio e busca na Justiça o reconhecimento da união com o cantor.

Tanto Hercília quanto Aleksandre vão fazer exame de DNA para comprovar se são familiares de Emílio. Aleksander, que mora em Londres, já entrou com uma ação de reconhecimento de paternidade.

Trajetória
Nascido no Rio de Janeiro em 6 de dezembro de 1946, Emílio Santiago era formado em Direito, mas o vício em ouvir Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto e João Gilberto em casa falou mais alto. Com o incentivo de amigos, participou de festivais e concursos musicais, chegando a se apresentar no programa "A Grande Chance", de Flávio Cavalcanti.

A voz marcante, que embalava de baladas a sambas cheios de swing, conquistou críticos e fãs e o primeiro LP, com seu nome, foi lançado em 1975, com canções de Ivan Lins, João Donato e Nelson Cavaquinho.

O sucesso chegou ao cantor de vez em 1988, ao lançar o disco "Aquarela Brasileira", primeira parte de um projeto de sete volumes, dedicado exclusivamente à música brasileira. A série de gravações ganhou uma versão ao vivo, "O Melhor das Aquarelas Ao Vivo", em 2005.

O último disco de Emílio Santiago foi "Só Danço Samba (Ao Vivo)", lançado em 2012, junto com um DVD. O cantor estava com quatro shows programados para o mês de março: dia 13 em Campinas (SP), dia 16 na quadra da Portela, no Rio, e nos dias 22 e 23 na capital paulista.

Sua última aparição ao vivo foi no programa "Encontro com Fátima Bernardes", no dia 4 de março, onde cantou um de seus maiores sucessos, "Saigon".