Conrad Murray, o médico condenado pela morte acidental do cantor Michael Jackson em 2009, falou publicamente sobre a proximidade que mantinha com o artista pouco antes de ele morrer.

O médico, que acompanhava Jackson em sua passagem no Reino Unido, onde o cantor ensaiava para a turnê "This Is It", revelou em entrevista ao jornal "Daily Mail"que, em todas as noites, colocava um cateter no órgão sexual do cantor, que sofria de incontinência urinária: "Você quer saber o quão próximos eu e Michael éramos? Eu segurava o pênis dele todas as noites. Eu tinha que pôr um cateter em forma de preservativo nele porque Michael deixava a urina escapar. Ele tinha perda de sensações e incontinência. E Michael não sabia como colocar um preservativo, então eu tinha de fazê-lo por ele".

Na época em que vivia em Londres com o cantor, Murray também presenciou a relutância dele em deixar que as empregadas limpassem seu quarto e levassem suas roupas para lavar. "Ele estava sempre sem roupa de baixo, mas nunca deixava as empregadas entrarem no quarto por temer que elas fossem roubá-lo", contou. "Uma das famosas luvas brancas dele ficou no chão por semanas e eu ficava andando ao redor dela. Ele me disse 'se eu deixasse uma empregada entrar, aquela luva já teria sumido'. O quarto dele tinha um cheiro terrível".

Lembrando que Jackson "implorou" para que o médico o acompanhasse na viagem à Inglaterra, Murray afirmou que não o fez por dinheiro. "Eu nunca vi um centavo. Nem uma moeda. Eu concordei porque Michael me disse que eu veria reis, rainhas e todo o tipo de pessoas que eu nunca iria ter a chance de conhecer. Minha motivação era ajudar meu amigo a descansar".

O médico voltou a negar que tenha sido o responsável por administrara a dose do sedativo propofol que matou o cantor. "Eu acredito que ele acordou, pegou o propofol e injetou nele mesmo. Ele fez isso muito rápido e morreu de parada cardíaca", disse, acrescentando que o artista foi o próprio culpado de sua morte: "Ele era um viciado. Michael Jackson acidentalmente matou Michael Jackson".

Questionado sobre as preferências sexuais de Jackson, alvo de especulação por parte da imprensa, Murray disse apenas que não poderia "contar tudo". "O que eu vou dizer é que ele e eu olhávamos revistas femininas. Ele gostava de morenas magras", afirmou. O cantor também se incomodava com o assédio que recebia por parte de homens gays, disse o médico. "Ele me contou que, em toda a sua vida, homens gays davam em cima dele. Ele ficava desconfortável com boa parte disso, dizia que era parte do negócio. Não acho que ele era homofóbico, mas que ele teve algumas experiências muito ruins".

Médico não nega acusações de pedofilia

Em outra entrevista, concedida ao programa australiano "60 Minutes", Murray não defendeu Jackson ao ser questionado se achava que o amigo era um pedófilo. "Não estou preparado para responder a essa pergunta, não agora. E vou dizer a você o porquê: 'Minha entrevista é franca e honesta, e eu não vou inventar ou fabricar nada'"

Pressionado pela jornalista Liz Hayes, apresentadora do programa, a se explicar, Murray foi evasivo. "Uma coisa que vou dizer é: Posso ter formado uma impressão individual baseada em certas coisas que vi ou encontrei. Nunca serei injusto com Michael e não estou aqui para destruí-lo. Você me fez uma pergunta que não estou preparado para responder. Não agora".

Murray, de 60, foi condenado a quatro anos de prisão por homicídio culposo, mas passou apenas dois anos atrás das grades por bom comportamento.