Ex-ator mirim, Pedro Malta completa 20 anos mirando na carreira de escritor
Renato Damião
Do UOL, no Rio
Fã de jazz, de seriados como "Mad Men" e "Breaking Bad" e leitor ávido das crônicas de Luís Fernando Veríssimo e Arnaldo Jabor. A descrição poderia ser de um homem (ou mulher) na faixa dos 30 anos, mas estamos falando de Pedro Malta, ex-ator mirim que completa nesta terça-feira (8) 20 anos.
Em conversa ao UOL pelo telefone, Pedro mostrou não só articulação para falar sobre a carreira de ator, mas como surpresa com o fato de ter crescido aos olhos do público. Modelo desde os três anos, em Recife, ele alcançou o estrelato com oito anos ao viver o esperto Lipe, filho de Fábio Assunção na novela "Coração de Estudante".
"É engraçado ver o assombro das pessoas quando se deparam com o fato de eu ter crescido", contou Pedro. Natural de Recife, o ator atuou em mais de dez produções na televisão, além de ter participado de filmes e peças. Sem contrato com uma emissora desde 2012 (seu último trabalho foi em "Vidas em Jogo"), Pedro tem se dedicado ao teatro e à escrita, seu grande prazer.
Reprodução/Instagram Só que a gente cresce, não somos o Peter Pan e aí precisamos correr atrás de outras chances sobre deixar de ser criança
Isso, no entanto, não quer dizer que Pedro tenha descartado a vida de ator. Ele continua aberto para a atuação, mas percebe que vive uma "fase complicada". "Quando você é objeto de afeto desde muito cedo as pessoas te enxergam daquela forma e ficam com receio de ver que você cresceu. Só que a gente cresce, não somos o Peter Pan e aí precisamos correr atrás de outras chances", opinou.
Para ele, o ator vive três fases difíceis, a do jovem adulto, a do homem maduro e a da velhice. "Essa fase do jovem adulto você nem é pai, nem filho, só faz o jovem revoltado", brincou.
"Não sou precoce"
Adjetivo usado para descrever os atores mirins, Pedro Malta garantiu que não se acha "precoce". "Sempre houve um interesse meu em ler, estudar, um ator para se manter precisa se renovar", explicou. O ator afirmou também que nunca viu com dramas o fato de ter crescido em frente ao público, para ele o trabalho sempre esteve associado ao prazer.
"Quando você trabalha desde criança não consegue associar a uma coisa ruim. Uma palavra que o Fábio Assunção me ensinou foi 'play' que em inglês significa tanto atuar, como brincar, tocar. Atuar sempre foi uma satisfação", completou.
Sucesso nas redes sociais, Pedro descartou ainda que a beleza seja uma forma de abrir portas. "Há tantos atores que abrem mão da estética por um personagem, como o Leonardo DiCaprio, por exemplo. O fato de eu vender uma imagem 'X' não quer dizer que não possa fazer o 'Y', disse.