Cachê de "vipões" chega a R$ 25 mil; para "vipinhos", importante é aparecer
Ana Cora LimaDo UOL, no Rio
No mundo das celebridades, todo mundo é vip. Mas uns são mais do que os outros. Como em um mercado de ações, a presença de famosos em eventos tem diferentes cotações. Enquanto protagonistas das novelas da Globo são vips de "primeira linha", por exemplo, ex-BBBs e mulheres-frutas aparecem na outra ponta da lista.
O UOL conversou com seis promoters que atuam no eixo Rio-São Paulo e em outras cidades brasileiras e descobriu detalhes sobre o mercado de "vipões" e "vipinhos" – expressões que ganharam força no meio depois do vazamento de uma lista de camarote do Rock in Rio do ano passado. Juliana Paes, Thiago Lacerda, Caio Castro, Mariana Rios e a maioria do elenco principal da Globo – os dez primeiros nomes no crédito das novelas – são os "vipões".
Para eles, as melhores mordomias como espaço reservado, convites extras, transportes e um bom cachê. "Um vipão não sai de casa por menos de R$ 10 mil. Já o vipinho, por R$ 2 mil, ele não só vai como fica mais do que as duas horas de praxe da presença vip. O que importa é mostrar a cara", detalhou um dos promoters.
Esses valores triplicam fora de Rio e São Paulo. "Existem vipões que ganham entre R$ 20 mil e R$ 25 mil em qualquer evento longe dos dois grandes centros do Brasil. No início de abril, Luciano Szafir cobrou nessa faixa para marcar presença numa grande festa em Porto Alegre", contou outro profissional, que explicou como funciona a classificação.
"Vipões são aqueles que arrastam o público aos eventos e, principalmente, a mídia. São aqueles que estão em evidência sempre, independentemente se estão ou não trabalhando. Aqueles que estampam as capas de revistas, aqueles que esbanjam simpatia na frente das câmeras e, especialmente, aqueles que tudo o que fazem vira notícia", detalhou.
"Vipinhas gostosas" ganham mais
"Os vipinhos são aqueles que vão fazer número, vão garantir mais espaço na divulgação final do evento", contou outro profissional. Dependendo do número de eventos, os menos badalados podem chegar a ganhar mais do que os tops. "Fora do Rio, os vipinhos cobram em média R$ 6 mil. Pode reparar que a maioria dos vipinhos está em tudo quanto é evento. São os verdadeiros 'arroz de festa', tipo o Rafael Zulu, Bernardo Mesquita, Jéssika Alves e os eternos ex-BBBs".
Dentro da categoria vipinho, ainda tem outro grupo: os das gostosas. "Essas gostosas estilos coxão, bundão também garantem uma mídia espontânea e valem super a pena contratar para dar um brilho a mais aos eventos. Elas estão valendo na faixa dos R$ 3 mil, R$ 4 mil no Rio, fora uns R$ 7 mil. Nicole Bahls está em outro patamar. Ela não sai de casa por menos de R$ 8 mil", garantiu uma promoter que também revelou ter muitos famosos que marcam presença fora do Rio ganhando em troca de hospedagem, alimentação e passagem.
"No Carnaval de Salvador, Nanda Costa, Caio Castro, Antônia Fontenelle e Thiago Martins foram nesse esquema de não gastar nem ganhar um tostão. Já Bruna Marquezine ganhou o direito de poder levar várias amigas na aba. Mas ela pode, ela é estrela, né?", disse um dos profissionais.
Estrela que é estrela também evita ao máximo fazer presença vips nos eventos. É o caso de Cauã Reymond, Mariana Ximenes, Maria Fernanda Cândido e Camila Pitanga. "Quando eles aparecem numa festa, é um gol de placa do promoter. Essa turma é difícil. Eles vão às festas por amizade ao profissional que está cuidado do evento ou pelo dono mesmo da marca. Ou vão também por uma questão de contrato. Tem campanhas publicitárias que exigem a participação num evento, aí não tem como fugir", explicou.