George Clooney acusa jornal de "incitar a violência" após texto sobre sogra
Do UOL, em São PauloGeorge Clooney chamou o jornal "Daily Mail" de "irresponsável" e o acusou de "incitar a violência" após a divulgação de um artigo que dizia que a mãe de sua noiva, a advogada de origem libanesa Amal Alamuddin, desaprovava a união dos dois por conta de diferenças religiosas.
Em texto publicado no jornal norte-americano "USA Today", Clooney criticou esse tipo de boato. "A irresponsabilidade, nesta época, de explorar diferenças religiosas que não existem é no mínimo negligente e, mais apropriadamente, perigoso. Nós temos parentes por todo o mundo e a ideia que alguém iria inflamar qualquer parte desse mundo pelo propósito único de vender jornais deveria ser criminosa".
O texto do "Daily Mail" dizia que a sogra de Clooney seria da comunidade drusa (minoria árabe islâmica) e, por isso, se oporia ao casamento. Ela estaria contando a seus conhecidos em Beirute, no Líbano, que é contra o casamento, e fazendo piadas sobre tradições drusas que acabam com a morte da noiva.
Clooney negou que a mãe de Amal seja contra a união dos dois e acrescentou que ela não é drusa e nem esteve em Beirute desde que ele e a advogada começaram a namorar. "O 'Daily Mail' publicou uma história completamente inventada sobre a oposição da mãe da minha noiva ao nosso casamento por razões religiosas. O jornal diz que a mãe de Amal contou 'a meia Beirute' que ela era contrária ao casamento", afirma o comunicado.
"A mãe de Amal não é drusa. Não visitou Beirute desde que Amal e eu estamos juntos e ela não é, de nenhuma maneira, contrária ao casamento", completa a nota.
O artista ressaltou que não se importa com boatos a respeito dos detalhes de sua cerimônia de casamento, mas criticou a forma como o "Daily Mail" tratou o assunto da religião. "Quando eles colocam a minha família e meus amigos em perigo, eles passam longe de um tabloide risível e entram no campo da incitação à violência", escreveu.
Após a publicação da carta de Clooney, o jornal se retratou e retirou o artigo do ar. "Nós aceitamos a afirmação do Sr. Clooney de que a história é imprecisa e nós pedimos desculpas a ele, à senhorita Amal Alamuddin e à mãe dela, Baria, por quaisquer problemas causados".
O jornal se defendeu dizendo que a história "não era uma fabricação, mas foi fornecida de boa fé por uma colaboradora respeitável e confiável". A jornalista "baseou sua história em um velho contato com importantes conexões com figuras eminentes da comunidade libanesa no Reino Unido e com a drusa em Beirute".
Amal Alamuddin, de 36 anos, é uma advogada britânica que nasceu no Líbano e emigrou para o Reino Unido com a família quando tinha três anos, durante a guerra civil que abalou o país (1975-1990).
*Com informações da agência AFP