"Pessoas são 99% a favor", diz Alessandra Maestrini sobre ser bissexual
Ana Cora Lima
Do UOL, em São Paulo
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TV Globo/Divulgação
A atriz Alessandra Maestrini
A atriz Alessandra Maestrini, que recentemente assumiu ser bissexual, afirmou que a resposta do público foi "maravilhosa". "Confesso que quando revelei não esperava ser acolhida. Senti que era a hora de falar e achava que iria ter gente a favor e gente contra, mas sinto 99% a favor".
Na época da revelação, em entrevista a "Caras", Alessandra afirmou que assumir a sexualidade é como assumir a "personalidade, sua opinião religiosa, política, social, profissional, familiar, amorosa. Trata-se de assumir sua ilimitada criatividade e responsabilidade (a habilidade de responder) perante a vida".
A atriz contou estar "aliviada". As pessoas dizem que no meio artístico tem muita de sexualidade diferente. Isso acontece em todos os meios. Os artistas estão na vitrine e essa é a única diferença. Não somos minoria. Sei de poucos que dão à cara a tapa. Ninguém quer ser pária", completou ela.
A partir do dia 16 de setembro, Alessandra poderá ser vista na série "Sexo e as Negas", da Globo. Na pele da gaúcha Gaudéria, Alessandra será dona de um salão de beleza, do tipo reclamona, daquelas que sempre tem um "causo" pra contar.
"Ela fala coisas pesadas, mas nada que as pessoas não falem nas ruas. Essa personagem mostra a realidade e os preconceitos que alguns sofrem. No fim, a ridicularizada passa a ser ela. A personagem tem alma e trejeitos de 'negona'", adiantou a atriz. "Sempre tive esse jeito e meus amigos costumam dizer que eu sou a branca mais 'negona' que eles conhecem. É natural", completou.
A história de "Sexo e as Negas" gira em torno de quatro amigas: a camareira Zulma (Karin Hils), a recepcionista Lia (Lilian Valeska), a operária Tilde (Corina Sabbas) e a cozinheira Soraia (Maria Bia). Moradoras da Cidade Alta de Cordovil — vaidosas, sonhadoras e de temperamentos diferentes — as "negas" tocam suas vidas lidando com sentimentos como desejo, medo, prazer e inseguranca. As quatro também fazem questão de aproveitar os prazeres do cotidiano, como uma noite animada no baile da comunidade.
Com inspiração na série "Sex and the City", o ator e escritor Miguel Falabella resolveu criar uma história mais próxima da realidade brasileira. "Eu falo de mulheres que, por acaso, moram em uma comunidade, mas que querem ficar bonitas, querem arrumar homens que as amem e que cuidem de suas possíveis crias. É como qualquer outra mulher no mundo!", explica Falabella, fã da série norte-americana que o inspirou.