Indústria da celebridade sofre "seca" em Cannes

Por James Mackenzie

  • Sean Gallup/Getty Images

    O ator Benicio Del Toro na première de "IL Gattopardo" no Festival de Cannes (14/5/2010)

    O ator Benicio Del Toro na première de "IL Gattopardo" no Festival de Cannes (14/5/2010)

CANNES, França (Reuters) - Pode ser a chuva, as cinzas vulcânicas na Europa, a falta de grandes sucessos de bilheteria ou a crise financeira. O fato é que as grandes estrelas estão notavelmente escassas neste ano no festival de Cannes.

Russell Crowe e Cate Blanchett estiveram na abertura, com "Robin Hood", mas, à falta de uma Angelina Jolie ou um George Clooney, fotógrafos e repórteres têm de se contentar em perseguir figuras como a "bad girl" Lindsay Lohan.

"Há mais estrelas no júri do que em qualquer dos filmes", queixou-se um divulgador.

Kate Beckinsale, Benicio del Toro e o diretor Tim Burton estão na comissão que vai decidir o vencedor da competição, emprestando seu glamour à habitual receita do balneário francês, que mistura o brilho das celebridades com a seriedade dos filmes "de arte".

É verdade que alguns nomes de primeiro escalão foram vistos circulando em Cannes, como Johnny Depp e Michael Douglas, mas eles foram mais discretos do que em outros anos. Além disso, os estúdios fizeram cortes nas suntuosas festas que costumam gerar um grande burburinho em torno das estreias em Cannes.

Só que tudo é relativo, e a escassez de astros hollywoodianos não significa que a vida social da cidade esteja parada. A modelo Naomi Campbell, a baladeira profissional Paris Hilton e o cantor Mick Jagger estão entre as celebridades que deram as caras para promover novos projetos, apresentar produtos de luxo ou simplesmente se divertir.

"Cannes é sempre um pouco uma brincadeira, você não sabe bem o que vai arrumar, mas sempre aproveito a semana (do festival)", disse Jagger, hospedado no iate do bilionário Paul Allen enquanto divulga um novo documentário sobre os Rolling Stones. "Vou ficar dançando de qualquer jeito, bebendo champanhe ou o que me derem, imagino", disse ele à TV Reuters.

Embora cinéfilos e puristas reprovem, a presença das celebridades tem um papel econômico importante neste que é o maior festival de cinema do mundo.

No Terrazza Martini, uma das baladas patrocinadas por grandes marcas na orla de Cannes, garçons preparavam coquetéis para a chegada de Jennifer Hudson, que leva à cidade um projeto de filme sobre Winnie Mandela.

Sem a presença dela para dar glamour e apelo ao evento, seria difícil atrair o interesse da mídia para o projeto. Hudson faz sua parte, conversando amigavelmente e posando para fotos - uma das quais vai parar na capa da revista People.

Operações semelhantes acontecem ao longo de toda a semana em Cannes, às vezes para promover novos filmes, às vezes simplesmente para divulgar produtos de luxo, como joias e grifes. Muitas celebridades cobram polpudos cachês para darem as caras nesses eventos.

(Reportagem adicional de Claire Watson, Cindy Martin, Mike Collett-White e Bob Tourtellotte)

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