Igrejas já somam 4.800 horas por mês na TV paga

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin

Colunista do UOL
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    O missionário e televangelista R. R. Soares

    O missionário e televangelista R. R. Soares

Entre horários adquiridos em canais fechados, abertos VHF e UHF, a soma de pregação cristã na TV por assinatura já soma mais de 4.800 horas todos os meses. Em média, os assinantes têm cerca de 160 horas diárias de programação com temática religiosa nos mais diversos canais. Cerca de dez anos atrás esses números eram ao menos 50% menores, segundo dados obtidos pelo UOL.

Rede Vida, Canção Nova, TV Aparecida, Rede Gospel, Igreja Mundial, Canal 21, RedeTV! e Band, além dos aluguéis de horários pela Universal na Record. Até a Globo cede uma hora por semana à Igreja Católica. O SBT é a única emissora que não tem igreja.

O crescimento avassalador das TVs religiosas na TV fechada se deve não apenas à compra de novas emissoras por católicos e evangélicos, mas principalmente pela locação de horários de programação que foram criados com outros fins, como a TV Ideal, criada como um canal corporativo pelo Grupo Abril, mas hoje praticamente lotada pela Igreja Mundial do Poder de Deus.

Outros canais, como o Gospel, conseguiram obter recentemente uma nova concessão em algumas operadoras, reproduzindo fenômeno que já ocorre há anos com os canais esportivos: o chamado "milagre da multiplicação de canais" (SporTV1, 2, 3; Fox Sports 1,2 etc).

Apesar da "overdose" de pastores na TV, eles não estão muito distantes em proporção da ladainha esportiva: há cerca de 4.600 horas mensais de programação só de esportes. A programação infanto juvenil é ainda maior: 5.760 horas mensais -- a mesma soma dos chamados canais de variedades.

Os canais com maior volume de horários na TV por assinatura são os de filmes e séries (inclusive sobre assombrações): são quase 13 mil horas desse tipo de conteúdo por mês.

O problema é que boa parte dos filmes e episódios são repetidos várias vezes por mês.

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin é colunista do UOL desde 2004. Trabalhou por 21 anos no Grupo Folha, como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos.

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